A economia americana deverá crescer 1,8% em 2025, próximo do ritmo potencial. O mercado de trabalho permanecerá em torno do equilíbrio, o que contribuirá para que a inflação siga gradualmente em direção à meta do Fed.
As políticas fiscal e monetária, que foram restritivas em 2024, devem caminhar para a neutralidade ao longo dos próximos meses.
Na China, os desafios do mercado imobiliário devem continuar prejudicando a atividade econômica, pesando sobre a confiança dos consumidores e esfriando o consumo das famílias e os investimentos do setor privado. O governo poderá anunciar medidas de estímulos para gerenciar os riscos macroeconômicos.
Na seara nacional, projetamos que o PIB brasileiro se expandirá 2,5% em termos reais em 2025. Assim como ocorrido em 2023, o principal motor da economia será a produção de commodities, agrícolas e energéticas, componentes da atividade ligados à exportação e menos sensíveis à demanda doméstica.
Esperamos uma desaceleração do consumo, na ausência de impulso fiscal e como consequência da política monetária restritiva. Esperamos que os investimentos cresçam perto de 5%.
Na esteira de uma produção forte de commodities, a balança comercial deverá encerrar 2024 com superávit de US$ 82 bi.
Para 2025 esse valor poderá diminuir para US$ 75 bi, em meio a uma piora dos termos de troca, que deve ser parcialmente compensada por uma retomada do crescimento do volume das exportações, com destaque para a soja e o petróleo.
O volume de importações apresentará um crescimento mais lento, em meio à perda de força do ritmo de expansão da demanda doméstica.
O terceiro ano de forte superávit comercial ajudará a manter o saldo de transações correntes em patamar confortável.
Com isso, a inflação terá boas condições para continuar arrefecendo. O IPCA deverá variar 3,6% em 2025, após alta de 4,5% em 2024, respeitando a trajetória de cumprimento da meta contínua de inflação.
A ausência de impulso fiscal e o maior aperto monetário deverão arrefecer o ritmo de expansão do consumo das famílias, o que beneficiará o processo desinflacionário.
Além disso, o desaquecimento mundial e a estabilidade do preço de commodities também contribuirão para a contenção dos preços de bens. No entanto, fatores inerciais evitarão uma queda mais célere da inflação.
Em termos de política monetária, o ciclo de elevação da taxa de juros deve continuar no curto prazo.
Prevemos que a taxa Selic seja elevada para 11,50% até o final de 2024. Já no próximo ano, a continuidade do processo desinflacionário e o deslocamento do horizonte relevante para o biênio 2026/2027 permitirá que a autoridade monetária faça movimento de afrouxamento monetário.
Esperamos um déficit primário de 0,7% do PIB para o governo central em 2025. Excluindo os pagamentos de precatórios excepcionalizados do teto de gastos pelas emendas constitucionais 113 e 114/2021, estimamos um déficit primário de 0,3% do PIB, um valor próximo ao piso da meta estabelecida na LDO para 2025.
Dada a estreiteza de margens no orçamento para 2025, sua correta execução exigirá disciplina no gasto, mesmo que alguns ajustes estruturais recentemente acenados pelo governo sejam aprovados pelo Congresso até o final do ano.