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Fernando Degobbi

Fernando Degobbi

O Agro em 2020 e perspectivas para 2021

Demanda crescente nas economias globais, inclusive no Brasil, deve manter o preço das commodities agrícolas em alta

O ano de 2020 foi muito desafiador. Com a pandemia do Coronavírus, o agronegócio viveu diferentes momentos. Desde a realização de eventos, como feiras, dias de negócios, dias de campo, até o atendimento técnico, passando pela área comercial.

Houve também, uma grande preocupação com a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, flores, algodão e hortaliças no primeiro semestre. Sendo que o cenário melhorou para esses setores a partir daí.

A classificação da atividade agrícola como essencial nos permitiu continuar operando, de modo a oferecer ao cooperado as condições para que ele pudesse plantar e colher suas safras, deste modo, fechamos o ano com um resultado expressivo, crescendo 25%, chegando ao faturamento de 5.9 bilhões de reais.

O movimento do câmbio beneficiou a venda de commodities agrícolas e melhorou o resultado no campo, e isso fez com que o produtor recebesse mais em reais pela produção comercializada e não tivesse aumentos de custos de produção nas mesmas proporções, graças a estoques de insumos nas cooperativas que balizaram o mercado.

Quais são as perspectivas para 2021?

Temos algumas questões que são relevantes para os resultados. Destaco, a demanda por alimentos, o câmbio e o clima.

Sobre a demanda por alimentos, observamos uma tendência no crescimento nas economias globais, inclusive no Brasil, o que deve manter o preço futuro das commodities agrícolas em alta.

Quanto ao clima, algumas regiões importantes para o agronegócio no Brasil, tiveram calor e estiagem acima dos níveis históricos, prejudicando o plantio de soja, o que pode encurtar a janela da safrinha do milho e impactando na safra futura do café, que já tem uma projeção menor em razão da bi-anualidade do processo de produção das plantas.

Os citros, que já na última safra tiveram 30% a menos de produção e na safra 21/22 deve ser ainda menor, e na cana-de-açúcar que sofreu em muitas regiões, uma seca muito acentuada no período da rebrota.

As carnes continuam com bons patamares de preços, porém, com aumento expressivo no custo das rações para os animais.

Outro ponto que merece destaque é o câmbio, que segundo analistas, tende para uma valorização do real em razão dos cenários mais positivos para nossa economia.

As indústrias fornecedoras de máquinas e insumos para cadeia produtiva do agronegócio projetam um ano de crescimento nas vendas na ordem de 10%.

Diante das análises nos cenários apresentados, e principalmente olhando para o quadro de cooperados da Coopercitrus, considero que 2021 será mais um ano com grandes desafios e oportunidades potenciais.


Engenheiro agrícola formado pela Universidade Federal de Lavras (MG), xecutivo do agronegócio com atuação em áreas Comercial, Marketing, Desenvolvimento de Produto e Financeira. Diretor-Presidente da Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais Coopercitrus.

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