9,7 bilhões. Segundo a ONU, esse é o número de pessoas que teremos no mundo em 2050. E o grande desafio desse futuro não muito distante é: prover alimentos de forma saudável para todos, sem esgotar o meio ambiente.
Um estudo realizado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) diz que para atender à demanda de alimentos dessa população vai ser necessário aumentar a produção em até 60%, mas com um acréscimo de apenas 20% da área cultivada.
Para isso, teremos que contar com a ajuda de tecnologias sustentáveis, que otimizam o uso dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, melhoram a produtividade – sem perder a lucratividade, é claro. Felizmente, elas já estão entre nós.
Dentro desta ótica da sustentabilidade, a Agricultura de Precisão (AP) levou para o campo o uso do GPS agrícola que, quando conectado a máquinas e drones, possibilita, em conjunto com recursos de IoT (Internet das Coisas), o funcionamento de equipamentos de forma autônoma.
Agora, atividades como colheita, pulverização e adubação podem ser realizadas automaticamente, com as tomadas de decisões sendo sempre amparadas por dados, economizando recursos naturais importantes, como a água, reduzindo o trabalho humano e aumentando a produtividade.
O já conhecido sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPT) é uma estratégia que utiliza uma gama enorme de soluções tecnológicas e possibilita aumentar a produtividade sem a necessidade de abrir novas áreas de pastagens. É uma alternativa atrativa para a restauração, pois une benefícios econômicos e ambientais com baixa emissão de gases causadores de efeito estufa ou até mesmo com a mitigação destes. Sem falar que é um sistema possível de ser empregado por qualquer produtor rural, independentemente de a propriedade ser pequena, média ou grande.
O melhoramento genético das plantas e o investimento em pesquisas de biotecnologia também têm evoluído rapidamente, viabilizando a criação de soluções sustentáveis para os diversos problemas da agricultura e desafios alimentares. Entre as diversas biotecnologias já mapeadas na agricultura, podemos citar a reprodução de animais e de plantas e a produção de alimentos mais funcionais, mais resistentes a pragas e também a condições adversas, como frio, salinidade e seca.
Não é de hoje que o agronegócio brasileiro é marcado pela inovação. E esse investimento constante em ciência e tecnologia lançou o país num local de destaque no mercado internacional. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), entre 1977 e 2017, a produção agrícola aumentou cinco vezes, enquanto a área plantada cresceu apenas 60%.
Podemos dizer que elevamos exponencialmente a produção de alimentos, ao mesmo tempo que o uso de insumos, como área plantada e água, cresceu numa proporção muito menor. Isso só mostra que estamos no caminho certo, o importante, no entanto, é tornar essas inovações tecnológicas acessíveis a todos os produtores rurais brasileiros.