Os ídolos são os maiores responsáveis pela transformação do esporte em um espetáculo midiático. O papel do mito e do herói que todo grande ídolo carrega faz com que arrastem bilhões de fãs em todo o mundo.
No Brasil, pela força do futebol e transferência precoce de nossos jovens talentos para a Europa, não temos mais o culto ao ídolo, como era até a década de 90. Com a morte de Ayrton Senna, ficamos ainda mais carentes.
A cada quatro anos vivemos esse culto aos ídolos, graças aos Jogos Olímpicos. A cultura do brasileiro muda e de repente somos inundados por histórias maravilhosas e inspiradoras. O ídolo toca as pessoas de uma forma humana e heroica.
As emoções que vivemos com Ítalo Ferreira (ouro no surfe), Rayssa Leal (prata no skate) e Rebeca Andrade (prata na ginastica artística) tocaram os corações das pessoas. Primeiro pelo feito incrível de alcançar o topo do Olimpo esportivo, mas também por suas dificuldades para chegar até ali.
O esporte de alto rendimento exige muito dos atletas e os Jogos Olímpicos possibilitam que bilhões de pessoas, cada vez mais conectadas, acompanhem a tudo em tempo real.
Nielsen aponta força dos ídolos
As novas gerações são cada vez mais influenciadas por seus ídolos. E os ídolos do esporte, que além de atletas se posicionam sobre temas sensíveis na sociedade ganharam uma dimensão interplanetária.
Segundo estudo recente da Nielsen dos EUA o valor do espaço mídia digital dos ídolos esportivos cresceu 80%, passando de US$ 174 milhões em 2019 para US$ 314 milhões em 2020.
A projeção é que alcance US$ 1,2 bilhão em 2023, quatro vezes mais que o volume atual.
Os ídolos são e serão cada vez mais fortes na comunicação direta com seus fãs e na força de suas mensagens.
Impacto dos ídolos é gigantesco
Em diferentes momentos e épocas os ídolos vêm se mostrando cada vez mais importantes na nossa sociedade.
As conquistas de medalhas, os títulos, a performance ajudam muito para este impacto. E somado a isso, como se posicionam sobre temas, como atuam fora das quadras, pistas ou piscinas, como geram valor para marcas patrocinadoras e impactam diferentes setores, atraem ainda mais valor agregado para suas marcas.
Grandes nomes do esporte, que ganham milhões de dólares em patrocínios pessoais (endorsements), geram outros bilhões de dólares em vendas e impacto para marcas patrocinadoras.
Por exemplo, a dancinha e prova da Rayssa Leal no skate (com apenas 13 anos) foi a cena mais vista dos Jogos Olímpicos nas 24h após o ocorrido em todo o mundo, segunda análsie da Big Data Sports. No Brasil, as vendas de produtos ligados a modalidade na Netshoes, segundo matéria do UOL, dispararam 80%.
Quando a Netflix lançou a série “The Last Dance”, sobre o gênio do basquete Michael Jordan, sabia que o efeito para a marca do atleta seria gigantesco, mas os resultados impressionaram. Foi o documentário mais assistido da história. Os mais jovens que amam Lebron James, conheceram e se apaixonaram pelo que Jordan fazia.
Atualmente a marca Jordan, gera US$ 3,6 bilhões em vendas anuais, mais que toda a linha da Nike de futebol e basquete somadas. Na pandemia as vendas da marca Jordan cresceram 15%, frente a queda nas vendas gerais da empresa de -6%.
O futuro é dos ídolos, muito mais do que times, ligas ou competições. Aqueles esportistas que souberam catalisar para o bem suas mensagens liderarão o cenário global, especialmente no ambiente digital.