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Agência Estado

O papel das tecnologias emergentes para o futuro do omnichannel

Novas tecnologias e plataformas estão se consolidando e devem trazer oportunidades para as marcas venderem seus produtos e se conectarem aos seus consumidores

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Casos de sucesso mostram marcas que já são bem-sucedidas ao usar estas plataformas emergentes | Foto: Getty Images

Temos visto notícias frequentes de novas tecnologias e plataformas emergentes que podem ter um impacto significativo no futuro do varejo omnichannel. Resta saber quais destas plataformas irão se fortalecer no futuro e quais estratégias serão aplicadas pelos varejistas para utilizar tais tecnologias, em especial considerando uma adaptação ao ambiente brasileiro.

Casos de sucesso mostram marcas que já são bem-sucedidas ao usar estas plataformas emergentes, se diferenciando dos concorrentes ao marcarem presença em ambientes digitais frequentados por seus clientes e introduzindo novas formas de acesso aos seus produtos.

Mas quais são as novas tecnologias e as plataformas emergentes que podem se desenvolver no futuro e alavancar o omnichannel? Há uma enorme gama de novos ambientes digitais viabilizados pelo avanço tecnológico, em especial com IoT (internet das coisas). Mas destaco alguns para refletirmos: carros conectados, alto-falantes inteligentes, produtos “vestíveis”, livestreaming e metaverso. Estes elementos já são uma realidade, mas vamos pensar sobre o potencial de aplicação de cada uma destas tecnologias ou novas plataformas para o ambiente de negócios, em especial com vistas a fortalecer cada vez mais a conexão virtual das marcas com o consumidor, considerando o conceito de omnichannel.

Os veículos estão cada vez mais conectados, e não somente o Tesla, carro elétrico com conexão permanente à Internet. Marcas tradicionais como Mercedes-Benz e Fiat Chrysler lançaram sistemas de compras com painéis conectados, como um início de plataforma de e-commerce completa, que permita ao usuário pedir diretamente no veículo quase tudo o que está acostumado a encomendar. A Skoda, marca subsidiária da Volkswagen, identificou que parte dos motoristas têm usado os veículos para atividades alternativas além do transporte, tais como assistir a noticiários, fazer reuniões ou criar um espaço para entretenimento das crianças. A partir destes elementos é possível pensar em tecnologias para reforçar a conexão digital do veículo, permitindo o acesso a ambientes de jogos, notícias, streaming e internet.

Os alto-falantes inteligentes alimentados por comandos de voz também representam uma nova oportunidade para os varejistas se conectarem aos clientes e venderem seus produtos. O Google Home é um dispositivo ativado por voz que pode ser colocado em qualquer lugar da casa. Começando com a frase “OK Google”, os usuários podem comandar o dispositivo para reproduzir música, fazer perguntas e controlar outros dispositivos inteligentes em suas casas. Em 2017, Google e Walmart anunciaram uma integração nos EUA, permitindo que os consumidores do Walmart pudessem acessar o catálogo completo de produtos por meio de Google Home e receber os produtos pelo Google Express.

Já o mercado de wearables (produtos “vestíveis”) está em estágios mais iniciais de desenvolvimento, quando o assunto é roupas, embora marcas como as americanas Tommy Hilfiger, DFV e Raph Loren tenham lançado produtos vestíveis nos últimos anos, combinando a questão da estética com a funcionalidade. Já as indústrias de smartwatches, como Apple Watch, e roupas esportivas saem na frente. Temos visto uma série de novidades nesta área, desde jaquetas e óculos inteligentes, até mochilas recarregadoras.

O livestreaming permite que conteúdos sejam transmitidos em tempo real, combinando elementos de streaming, mídia social e influenciador para uma experiência virtual em tempo real. Este formato tornou-se especialmente atraente para venda de produtos aos consumidores durante a pandemia, mas deve continuar relevante no futuro. Por meio do livestreaming os consumidores podem fazer compras ao vivo, enquanto os produtos são demonstrados virtualmente, além da possibilidade de esclarecer dúvidas e fazer perguntas sobre o produto e até mesmo iniciar o processo de compra clicando em um ícone dentro do ambiente virtual.

Por fim, o tão comentado metaverso permitiu a construção de mundos virtuais imersivos, com o objetivo de promover o entretenimento e a conexão entre indivíduos, em especial entre os jovens nativos digitais. A marca Balenciaga, pertencente ao Grupo Gucci, foi a primeira marca de luxo a realizar parceria com a Epic Games, criadora do game Fortnite.

Desde então, lançou experiências no jogo e produtos vestíveis para os fãs, democratizando o acesso à marca e conhecendo melhor os seus consumidores da próxima geração, por meio da atuação nos espaços virtuais frequentados por estes consumidores.

A marca lançou um novo modelo de negócio com o lançamento de quatro modelos exclusivos de roupas virtuais para os avatares dentro da plataforma, as chamadas skins virtuais, que os usuários poderiam comprar por 8 dólares. Os jogadores também podiam comprar os mesmos modelos das skins virtuais em lojas físicas, reforçando a conexão dos aspectos virtuais e físicos. O número de marcas atuando no metaverso vem aumentando, como por exemplo Nike, Burberry e as brasileiras Renner e Itaú.

Estas tecnologias e plataformas estão se consolidando e devem trazer oportunidades para as marcas venderem seus produtos e se conectarem aos seus consumidores. É importante refletir, no contexto de cada setor e empresa, como estas novidades podem ser integradas ao negócio, quais são os principais desafios, ações imediatas e aderência à visão de longo prazo de cada organização.

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