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Ilton Caldeira

A urgência da transição para uma Economia Verde

A transição para uma economia verde e sustentável não é apenas uma questão de opção, mas uma necessidade que não pode mais ser adiada

Economia verde

Adiar medidas significativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger ecossistemas vitais resulta em danos irreversíveis ao nosso planeta | Foto: Getty Images

Nos últimos anos, testemunhamos um aumento alarmante nos eventos climáticos extremos, escassez de recursos naturais e uma crise global de biodiversidade. Esses são os sinais claros de que o relógio está correndo rápido e a necessidade de transição para uma economia verde e sustentável nunca foi tão urgente.

O custo de adiar essa transição é colossal. Em primeiro lugar, há o custo ambiental. Cada dia que passa sem medidas significativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger ecossistemas vitais resulta em danos irreversíveis ao nosso planeta.

Desde o derretimento das calotas polares até a acidificação dos oceanos, os impactos das mudanças climáticas estão se intensificando rapidamente, ameaçando a vida como a conhecemos.

Além disso, há o custo econômico. As empresas que continuam a depender de combustíveis fósseis e práticas não sustentáveis enfrentam crescentes pressões financeiras à medida que os consumidores e investidores exigem maior responsabilidade ambiental.

Por outro lado, os países que se mantêm à margem da transição verde correm o risco de perder a oportunidade de liderar uma nova era de inovação e crescimento econômico.

Em termos de saúde pública, os custos de adiamento também são evidentes. A poluição do ar, a contaminação da água e a degradação do solo têm um impacto devastador na saúde das populações em todo o mundo, resultando em doenças respiratórias, câncer e uma série de outros problemas de saúde.

Além disso, há os custos sociais. As comunidades mais vulneráveis, muitas vezes as menos responsáveis pelas emissões de carbono, são as mais afetadas pelos impactos das mudanças climáticas. Perda de vidas, escassez de meios de subsistência, deslocamentos forçados, são algumas das consequências sociais profundas do aquecimento global e das drásticas transformações no clima e no ambiente.

No caso específico do Rio Grande Sul, onde milhares de famílias estão fugindo das áreas inundadas buscando áreas que ofereçam um pouco mais de segurança, poderemos assistir a maior migração climática da história recente do país.

Diante desse panorama sombrio, é crucial agir agora. Estamos com décadas de atraso, perdendo tempo com negacionismos baseados em raciocínios simplórios. A transição para uma economia verde e sustentável não é apenas uma questão de opção, mas uma necessidade que não pode mais ser adiada.

Devemos expandir investimentos em energias renováveis, promover a eficiência energética, conservar recursos naturais e adotar práticas agrícolas sustentáveis. Além disso, precisamos de políticas governamentais robustas e colaboração global para enfrentar esse desafio monumental que é de todos nós.

Embora os custos de fazer essa transição possam parecer gigantescos, são insignificantes em comparação com os custos da inércia. Certamente gastaremos mais, por exemplo, na recuperação da recente tragédia que assola o Sul do Brasil, do que com prevenção e preparo para o enfrentamento de situações de catástrofes naturais.

O tempo para a ação é agora, e só através de um compromisso coletivo e determinado poderemos garantir um futuro sustentável em todas as esferas para as gerações atuais e futuras.

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Ilton Caldeira é jornalista de Economia e Política e especialista em Relações Internacionais pela FGV-SP. Nos Estados Unidos é Head de Comunicação da Dell’Ome Law Firm e sócio da consultoria Smart Planning Advisers.

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