Câmara dos EUA aprova pacote de Joe Biden de quase US$ 2 trilhões
Com foco em educação, saúde e meio ambiente, texto segue para o Senado, onde o partido do presidente tem maioria mínima
19/11/2021A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta sexta-feira, 19, o pacote de investimentos de quase US$ 2 trilhões em educação, saúde e contra mudanças climáticas do presidente, Joe Biden.
Chamado de Build Back Better Act (Lei Reconstrua Melhor), o texto aprovado na Câmara traz três pontos de destaque. São eles:
- Garantia universal de escolaridade a crianças de 3 a 4 anos
- Redução de 7% nos custos para cuidados infantis a famílias que ganham até 250% a mais do que a média em seus Estados
- US$ 500 bilhões para combater mudanças climáticas, com a maior parte dos recursos ao setor de energia limpa
Apesar de os republicanos estarem unidos contra a legislação, o pacote conseguiu 220 votos a favor, dois a mais que o número mínimo para a aprovação, contra 213 contrários.
Na visão dos opositores, os gastos pretendidos por Biden trarão mais inflação e desacelerarão o crescimento dos Estados Unidos.
Os democratas pensavam em passar a lei na noite de quinta-feira, 18, mas um discurso de horas do líder da minoria republicana na Câmara, Kevin McCarthy, fez com que a votação fosse adiada para 8h (hora local, ou 10h de Brasília) da manhã desta sexta.
Agora, a votação segue para o Senado norte-americano, onde os Democratas têm maioria mínima.
Por isso, na avaliação do Citibank, o processo será mais difícil na Casa e, desta forma, o projeto final sofrerá alterações antes de passar, ou não, para a sanção do presidente Joe Biden.
“As licenças remuneradas serão eliminadas pelo senador democrata, Joe Manchin, a seção de imigração será eliminada pelo parlamentar e o teto de dedutibilidade de impostos estaduais e locais será vinculado à receita”, prevê o banco.
Pacote dos EUA se paga, na visão do governo
Biden e outros líderes de seu governo disseram que o pacote de investimentos se pagaria por si mesmo, em grande parte por meio de aumentos de impostos sobre as grandes corporações ricas e empresas que fazem negócios no exterior.
Republicanos afirmam que a legislação prejudicaria uma economia já atormentada pela inflação, concederia incentivos fiscais a alguns contribuintes ricos e tornaria o governo maior e mais intrusivo.
A visão da oposição à Casa Branca é compartilhada por alguns democratas considerados moderados.
“Embora vejamos a aprovação como mais provável, o risco é que as negociações se estendam até o próximo ano e/ou que a versão do Senado seja desagradável para os progressistas da Câmara e o projeto não seja aprovado – um cenário que vemos como cerca de 30% provável”, completa o Citi.