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‘Pai’ do choque do petróleo de 1973 morre aos 90 anos

Xeque Ahmed Zaki Yamani, ex- ministro do petróleo saudita, liderou o embargo que levou o mundo à recessão na década de 1970

Xeque Ahmed Zaki Yamani transformou a Arábia Saudita em superpotência do petróleo nos anos 70 | Foto: Reprodução

O Xeque Ahmed Zaki Yamani, ministro do petróleo da Arábia Saudita e responsável por liderar o embargo petrolífero de 1973, morreu em Londres aos 90 anos.

Responsável por transformar seu país em superpotência do petróleo, ele deve ser enterrado Meca, sua cidade natal. Seu filho, Hani Yamani, informou ao The Wall Street Journal que ele morreu na segunda-feira, 22.

O Xeque foi ministro por 25 anos, a partir de 1962. Na época, os Estados Unidos dominavam o comércio global de petróleo como o maior produtor e consumidor mundial da commodity.

Quando Yamani assumiu o ministério do petróleo, a Arábia Saudita era um médio produtor. Mas os depósitos do país eram muito maiores do que os de seus vizinhos.

Em meio a uma onda de nacionalizações de campos de petróleo em toda a região, Yamani liderou as negociações para assumir o controle da Saudi Arabia Oil, então uma joint venture entre a Exxon Mobil e a Chevron.

Em pouco tempo a Arábia Saudita tornou-se o maior exportador de petróleo do mundo.

A chave para o domínio de mercado da Arábia Saudita foi a insistência de Yamani de que a Arábia Saudita devia investir em capacidade de produção. Foi uma estratégia cara, mas consolidou a capacidade do país de aumentar e baixar rapidamente a produção, influenciando rapidamente os preços globais.

Nascido em 1930 em uma família proeminente da cidade sagrada de Meca, onde seu pai era chefe religioso, Yamani era da primeira geração de tecnocratas sauditas enviados para o exterior.

Formou-se em Direito no Cairo e depois estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Nova York, onde fez mestrado em jurisprudência comparativa.

O então príncipe herdeiro Faisal, filho do fundador da Arábia Saudita, o rei Abdulaziz, o levou de volta e o nomeou como ministro do petróleo aos 32 anos. Como representante do país que se tornaria o maior produtor da região, ele também virou o líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep).

Membros árabes do grupo concordaram em embargar as exportações de petróleo para os EUA em 1973, para protestar contra o apoio de Washington a Israel na guerra do Yom Kippur naquele ano. O chamado “choque do petróleo” abalou a economia mundial.

Nos anos 1980 ele perdeu influência enfrentando a competição dos produtores britânicos e noruegueses com a exploração do Mar do Norte.

Presidindo sua última reunião da OPEP, em 1986, Yamani ficou constrangido diante de outros delegados quando o conselho de ministros saudita emitiu três declarações separadas sobre a política petrolífera saudita sem o consultar. Ele foi demitido pouco depois de voltar da reunião, lembra o Wall Street Journal.

Depois disso, investiu em uma de suas paixões: colecionar relógios. Tornou-se acionista majoritário da fabricante suíça Vacheron Constantin em 1987, mas depois vendeu o negócio.

Em 1990, ele fundou um bem conceituado instituto de pesquisa de petróleo, o Centro de Estudos Globais de Energia, com sede em Londres. Por mais de duas décadas foi um comentarista frequente sobre questões globais do petróleo. Mas esteve longe do público nos últimos anos.

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