Pão de Açúcar tem prejuízo de R$ 239 milhões com juros elevados
O Pão de Açúcar (PCAR3) registrou prejuízo líquido de R$ 239 milhões, com impacto dos altos gastos com juros líquidos; ação tem recomendação neutra
06/11/2024O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) registrou vendas de R$ 4,8 bilhões (+2% em comparação ao mesmo período do ano passado) devido ao crescimento de 5% (na comparação anual) nas Vendas de Mesmas Lojas, que foi parcialmente compensado por uma redução na área de vendas (-26 mil m2 a/a).
As vendas das lojas no formato premium subiram 3% em R$ 2,4 bilhões, com crescimento de +4,6% no ano de Vendas de Mesmas Lojas.
As vendas das lojas mainstream subiram 3% no ano, com R$ 1,5 bilhão, já que o crescimento de Vendas de Mesmas Lojas de +5,8% foi compensada pela redução da presença.
Por fim, as lojas de bairro somaram R$ 555 milhões em vendas, que cresceram 14% a/a devido a um aumento de 5% a/a
nas Vendas de Mesmas Lojas, aliado ao aumento da contagem de lojas (+23 nos últimos 12 meses).
A redução das vendas B2B afetou o ritmo de crescimento consolidado, com as vendas B2B em queda de 31% no ano. O EBITDA ajustado atingiu R$ 188 milhões (+62% ano a ano e em linha com nossa estimativa) devido à melhoria da margem bruta (+119bps ano a ano) e alavancagem operacional.
Vale ressaltar que o EBITDA ajustado exclui R$56 milhões, em sua maioria relacionados a provisões para reestruturação de lojas.
O Pão de Açúcar (PCAR3) registrou prejuízo líquido de R$ 239 milhões, ainda negativamente impactado por altos gastos com
juros líquidos.
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Em relação ao fluxo de caixa, a empresa registrou geração de caixa nos últimos 12 meses (variação líquida da dívida) de R$ 1 bilhão, que inclui o impacto positivo das vendas de ativos e do recente aumento de capital (R$ 1,9 bilhão).
Excluindo ambos os eventos, a perda de caixa teria sido de R$ 900 milhões nos últimos 12 meses.
Avaliação do Safra sobre os resultados do Pão de Açúcar (PCAR3)
Os resultados do PCAR3 continuaram a mostrar uma evolução positiva no desempenho operacional (tanto em termos
de crescimento como de margens, em linha com as expectativas do banco Safra). No entanto, a utilização de caixa e alavancagem da empresa (dívida líquida de R$ 2 bilhões em comparação com um EBITDA ajustado ex IFRS de R$ 0,7 bilhões nos últimos 12 meses) ainda são uma preocupação.
Por isso, o Safra continua a ter uma postura mais conservadora em relação a PCAR3, pois acredita que a empresa tem a tarefa desafiadora de implementar seu plano de recuperação com um balanço altamente alavancado.
O Banco Safra reitera a recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3,4 por ação.