Paraguai pede vacinas ao Brasil e recebe promessa
Chanceler paraguaio pediu vacinas ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e saiu com a promessa de ajuda no futuro
18/03/2021O chanceler paraguaio, Euclides Acevedo, pediu ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para obter vacinas que dariam fôlego ao presidente do país, Mario Abdo Benítez, que enfrenta protestos contra o atraso no programa de imunização no Paraguai.
Acevedo, no entanto, saiu da reunião em Brasília apenas com a promessa do Itamaraty de que o Brasil dará prioridade ao Paraguai quando começar a fabricar os imunizantes no País.
A falta de vacinas e o recrudescimento da pandemia desestabilizaram o governo de Benítez. Ontem o presidente paraguaio escapou do impeachment, mas os protestos continuam.
Com 7,6 milhões de habitantes, o Paraguai soma 183 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 3,5 mil mortos. Faltam insumos básicos e medicamentos para o tratamento dos doentes nos hospitais. Até o momento, apenas 24 mil doses de vacinas chegaram ao país.
Diplomatas brasileiros falaram em boa vontade com o país vizinho, mas disseram, reservadamente, que a situação de escassez interna de vacinas impede qualquer gesto como uma doação emergencial ao Paraguai, pelo menos no momento.
“Assim que estivermos prontos para começar a cooperar internacionalmente no provimento de vacinas, o Paraguai será nossa prioridade número um”, disse Araújo, mais uma vez sem dar prazos, nem fixar quantidades de doses que poderiam ser enviadas ao país vizinho.
Vacina fica na promessa
A reunião entre os ministros terminou sem que o Brasil anunciasse uma doação efetiva de vacinas ao Paraguai.
Do lado paraguaio, havia expectativa de receber alguma coisa, como já havia pedido o governo de Benítez e como já havia feito o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que doou 20 mil doses aos paraguaios no início de março.
Líder paraguaio escapa do impeachment
O presidente paraguaio Mario Abdo Benítez conseguiu se livrar na noite de quarta-feira, 17, de um processo de impeachment que a oposição tentava abrir na Câmara dos Deputados com base na alegada negligência do governo no combate à pandemia do novo coronavírus.
O chefe do Executivo do país tem sido alvo, desde a semana passada, de protestos de rua que pedem sua destituição.
Com 42 votos do Partido Colorado, de Benítez, contra 36 da oposição, a Câmara rejeitou a abertura da ação proposta horas antes pelo Partido Liberal, o maior dentre os não alinhados ao governo.
Durante a votação, centenas de manifestantes se reuniram na frente da sede do Poder Legislativo paraguaio, em Assunção. Policiais foram agredidos com pedras e reagiram com balas de borracha e jatos d’água. Houve vandalismo no entorno do prédio.
A sede do Partido Colorado também foi atacada por manifestantes. Um princípio de incêndio foi controlado pelos bombeiros. Várias pessoas foram detidas após os atos de violência. (AE)