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Paraguai pede vacinas ao Brasil e recebe promessa

Chanceler paraguaio pediu vacinas ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e saiu com a promessa de ajuda no futuro

Paraguai

Até o momento, apenas 24 mil doses de vacinas chegaram ao Paraguai, o que levou país a pedir socorro ao vizinho | Foto: Getty Images

O chanceler paraguaio, Euclides Acevedo, pediu ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para obter vacinas que dariam fôlego ao presidente do país, Mario Abdo Benítez, que enfrenta protestos contra o atraso no programa de imunização no Paraguai.

Acevedo, no entanto, saiu da reunião em Brasília apenas com a promessa do Itamaraty de que o Brasil dará prioridade ao Paraguai quando começar a fabricar os imunizantes no País.

A falta de vacinas e o recrudescimento da pandemia desestabilizaram o governo de Benítez. Ontem o presidente paraguaio escapou do impeachment, mas os protestos continuam.

Com 7,6 milhões de habitantes, o Paraguai soma 183 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 3,5 mil mortos. Faltam insumos básicos e medicamentos para o tratamento dos doentes nos hospitais. Até o momento, apenas 24 mil doses de vacinas chegaram ao país.

Diplomatas brasileiros falaram em boa vontade com o país vizinho, mas disseram, reservadamente, que a situação de escassez interna de vacinas impede qualquer gesto como uma doação emergencial ao Paraguai, pelo menos no momento.

“Assim que estivermos prontos para começar a cooperar internacionalmente no provimento de vacinas, o Paraguai será nossa prioridade número um”, disse Araújo, mais uma vez sem dar prazos, nem fixar quantidades de doses que poderiam ser enviadas ao país vizinho.

Vacina fica na promessa

A reunião entre os ministros terminou sem que o Brasil anunciasse uma doação efetiva de vacinas ao Paraguai.

Do lado paraguaio, havia expectativa de receber alguma coisa, como já havia pedido o governo de Benítez e como já havia feito o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que doou 20 mil doses aos paraguaios no início de março.

Líder paraguaio escapa do impeachment

O presidente paraguaio Mario Abdo Benítez conseguiu se livrar na noite de quarta-feira, 17, de um processo de impeachment que a oposição tentava abrir na Câmara dos Deputados com base na alegada negligência do governo no combate à pandemia do novo coronavírus.

O chefe do Executivo do país tem sido alvo, desde a semana passada, de protestos de rua que pedem sua destituição.

Com 42 votos do Partido Colorado, de Benítez, contra 36 da oposição, a Câmara rejeitou a abertura da ação proposta horas antes pelo Partido Liberal, o maior dentre os não alinhados ao governo.

Durante a votação, centenas de manifestantes se reuniram na frente da sede do Poder Legislativo paraguaio, em Assunção. Policiais foram agredidos com pedras e reagiram com balas de borracha e jatos d’água. Houve vandalismo no entorno do prédio.

A sede do Partido Colorado também foi atacada por manifestantes. Um princípio de incêndio foi controlado pelos bombeiros. Várias pessoas foram detidas após os atos de violência. (AE)

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