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Paulo Mendes da Rocha morre aos 92 anos

Reconhecido mundialmente, Paulo Mendes da Rocha estava internado em São Paulo para tratar câncer no pulmão

Paulo Mendes da Rocha em sua biblioteca

Arquiteto ganhou em 2006 o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial | Foto: AE

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha morreu na madrugada deste domingo, 23, aos 92 anos, de câncer no pulmão. Ele estava internado em São Paulo. A morte foi confirmada por seu filho, Pedro Mendes da Rocha.

Um dos mais importantes nomes da arquitetura brasileira, ele pertence à geração modernista liderada por João Batista Vilanova Artigas.

Assumiu, apesar do cerceamento de seu trabalho pela ditadura militar nos anos 1960, posição de destaque na arquitetura brasileira contemporânea.

Recebeu em 2006 o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial. Além dele, apenas Oscar Niemeyer, em 1988, conseguiu esse prêmio no Brasil.

Para Mendes da Rocha, arquitetura era entender o cotidiano

Em 2016, Paulo Mendes da Rocha venceu o prêmio Leão de Ouro, da Bienal de Veneza, Itália, na categoria arquitetura, pelo conjunto da obra.

No mesmo ano, recebeu o Prêmio Imperial do Japão, um dos mais prestigiosos do mundo, cuja premiação aconteceu em Tóquio.

Mendes da Rocha foi ganhador por dois anos seguidos (1999 e 2000) do prêmio Mies van der Rohe pelos projetos do Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE) e da Pinacoteca do Estado.

Nas duas ocasiões, agradeceu e reafirmou que o mérito de seu trabalho era a observação do uso cotidiano dos equipamentos que desenhava.

O professor Paulo Mendes da Rocha

Depois da reabertura política do Brasil, Mendes da Rocha voltou ao país e se tornou um dos mais importantes professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, a FAU.

É autor de ícones como o do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE) e do pórtico localizado na Praça do Patriarca, ambos em São Paulo.

Em atividade desde 1955, permaneceu quase 20 anos impedido de atuar pela ditadura militar que tomou o poder em 1964.

Só pode voltar ao Brasil nos anos 1980. Assim que chegou, fez questão de voltar a lecionar e formou mais de uma geração dos mais importantes e atuantes escritórios de arquitetura do Brasil.

Medes da Rocha produziu projetos premiados. Mas sempre fez questão de levar consigo as novas gerações que ajudou a formar, como seu par, João Vilanova Artigas, autor do prédio da FAU.

Paulo Mendes da Rocha era o último nome atuante da arquitetura modernista brasileira. Trabalhou e se manteve envolvido com as questões brasileiras até seus últimos dias.

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