Emprego nos EUA desacelera, mas mantém fôlego e eleva apostas em nova alta de juros em maio
Os empregadores adicionaram 236 mil empregos à folha de pagamentos (Payroll) no mês de março, mas salário médio subiu
07/04/2023A economia dos Estados Unidos continuou a desacelerar em março, conforme números do Departamento do Trabalho do governo americano divulgados nesta sexta-feira, 7. Os empregadores, incluindo o governo, adicionaram 236 mil empregos à folha de pagamentos (Payroll) no mês passado. O resultado de fevereiro foi revisado de 311 mil para 326 mil vagas, e a taxa de desemprego diminuiu de 3,6% em fevereiro para 3,5%. O consenso do mercado esperava 240 mil vagas.
Apesar da desaceleração, o número ainda é considerado forte e os juros futuros subiram logo após a divulgação, indicando que o mercado aposta na continuidade do aperto monetário. O juro das T-notes de dois anos subiu mais de 0,10pp (a 3,9493%) logo após a divulgação. As apostas para um novo aumento de juro pelo Federal Reserve em maio, em 0,25 ponto porcentual, subiram de 49,2% para 70% logo após a divulgação, mostra a plataforma de monitoramento de expectativa de juros nos Estados Unidos da Chicago Mercantile Exchange (CME).
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O salário médio por hora subiu 0,3% em março, depois de crescer 0,2% em fevereiro. Considerando a comparação anual, a média dos salários desacelerou para 4,2% em março, depois dos 4,6% registrados em fevereiro. A expectativa do mercado para março era de 4,3%.
O resultado de março ficou praticamente dentro do esperado e bem abaixo do patamar de janeiro e fevereiro, que apresentaram números considerados surpreendendes para meses de inverno no hemisfério norte.
Em março, qualquer número acima de 200 mil vagas criadas já seria considerado acima da média histórica, segundo análise do The Wall Street Journal. Antes da pandemia, em 2020, o resultado de março ficou em 173 mil vagas.
Emprego nos EUA ainda mostra fôlego acima do pré-pandemia
“Acho que está muito claro que as taxas de juros estão começando a desempenhar um papel”, disse Michael Pugliese, economista do Wells Fargo, ao New York Times. “Parte disso está apenas se normalizando. Você obviamente não será capaz de sustentar o crescimento do emprego que vimos no último ano ou dois indefinidamente.”