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Pazuello confirma que está à espera do substituto

Ministro fez um balanço da sua gestão e disse que aguarda a escolha do seu sucessor, a ser definida pelo presidente

Pazuello

“O cargo é do presidente da República”, disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, confirmando que o presidente busca nomes para a sua vaga | Foto: Agência Brasil

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu esperar apenas a escolha de um sucessor para deixar o posto. “O cargo é do presidente da República. Existe essa possibilidade desde o dia que eu entrei. O presidente está disposto a mudar sim, está avaliando nomes”, afirmou ele em entrevista nesta segunda-feira, 15.

“Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal. Não estou doente, não pedi para sair. E nenhum de nós está com problema algum. Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino”, disse Pazuello.

Na entrevista, que teve tom de despedida, Pazuello fez um breve balanço da gestão à frente do ministério desde que assumiu, em maio do ano passado.

Ministro nega colapso do SUS

O ministro afirmou que o SUS não colapsou em 2020, mas vive novo desafio, com aumento de contaminações em todos os pontos do País. Ele também anunciou que fechou contrato para compra de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e 38 milhões da Janssen.

“Eu não vou pedir para ir embora. Não é da minha característica. Isso não é um jogo, uma brincadeira, ‘quero ir embora’. Isso é sério, a pandemia, é o Ministério da Saúde”, disse o general. “Não vou pedir para ir embora. Isso não é uma brincadeira. Isso é o ministério, isso é o País. Não pedi para ir embora e não vou pedir.”

“Tenho muito orgulho de ter estado, e estar, na função nesse período todo que estamos fazendo. Não é uma palavra de despedida. Quando tiver de me despedir, farei. É muito orgulho de nós estarmos agora à frente dessa pasta cumprindo essa missão. Não me sinto em hipótese alguma pressionado por nenhuma notícia, fake News. Problema é a pandemia, óbitos, contaminados. Essa é a missão, é isso que é difícil. O resto é fácil”, afirmou Pazuello.

Fracassa primeira tentativa de troca

A primeira tentativa de Bolsonaro para trocar Pazuello fracassou. A cardiologista Ludhmila Hajjar recusou o convite por divergências com o presidente sobre uso de medicamentos sem eficácia, como a cloroquina, e adoção de restrições ou lockdown. Ela também afirma que, após ser cotada ao cargo, recebeu ameaça de morte e que houve mais de uma tentativa de invasão do quarto em que passou hospedada à noite.

Bolsonaro também recebeu o médico Marcelo Queiroga, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Trata-se de nome já indicado à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas que não foi nomeado à agência ainda, pois aguarda sabatina no Senado.

Pazuello está sob investigação do Supremo Tribunal Federal, que apura seus atos e eventuais responsabilidades pela crise generalizada no sistema de saúde. Ao deixar de ser ministro, Pazuello perde, inclusive, o foro privilegiado e o caso deverá ser encaminhado para a primeira instância da Justiça Federal.

Durante o discurso em tom de despedida, Pazuello anunciou a assinatura de contrato para compra de 100 milhões de doses da vacina para a covid-19 da Pfizer, além de 38 milhões de unidades da farmacêutica Janssen. (AE)

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