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Pepsico rebatiza panqueca acusada de racista

Produto ganhou novo nome e novas embalagens, sem referências à Tia Jamima, ex-escrava negra que acompanha a marca há 131 anos

panqueca racista

Novas embalagens das tradicionais panquecas excluem nome e imagem associada ao racismo | Foto: Reprodução

A unidade da Pepsico responsável pela panqueca “Aunt Jemima’s” (Tia Jemima) revelou o novo nome do produto esta semana, aposentando oficialmente o nome criticado por sua origem associada aos tempos da escravidão.

Agora a panqueca tem o nome de Pearl Milling, nome original da empresa que lançou o produto antes de registrá-lo em 1890.

A nova embalagem, que chega ao mercado em junho, manterá grande parte das cores e design atuais. A empresa já tinha eliminado a ilustração de uma mulher negra das embalagens.

“Nossas mudanças estão em linha com a jornada da PepsiCo em direção à igualdade racial, e a evolução ajudará a levar a marca de 130 anos para o futuro”, disse a PepsiCo ao The Wall Street Journal.

Marcas aposentam embalagens racistas

A PepsiCo foi uma das várias marcas que disseram que repensariam seus produtos e marketing em meio à discussão crescente sobre o racismo estrutural após o assassinato de George Floyd pela polícia americana em 2020. A morte desencadeou protestos por todo o país e ampliou o debate sobre o tema a nível mundial.

Outras marcas seguem o mesmo caminho e modernizam seus produtos e campanhas para adequar-se aos novos tempos de respeito às diferenças, segundo o Wall Street Journal.

A Mars, fabricante do arroz “Tio Ben”, mudou o nome para “Original de Ben” e tirou a imagem de um homem negro da embalagem.

“Tia Jamima” já foi excluída, e agora o produto tem novo nome

Ex-escrava na embalagem fez história

Os fundadores das panquecas “Tia Jemima” compraram a Pearl Milling em 1888, e buscaram um produto popular no país, segundo o livro “Tia Jemima, Tio Ben e Rastus”, de Marilyn Kern-Foxworth.

Eles lançaram as panquecas e aprimoraram a mistura em 1889. A marca foi inspirada em uma canção popular chamada “Old Aunt Jemima”, interpretada em shows de menestréis por um homem branco com o rosto pintado de preto, estilo blackface.

Os criadores da marca contrataram uma ex-escrava, Nancy Green, para ser sua porta-voz. Ela fez sua estreia como Tia Jemima em uma exposição em 1893, cantando, contando histórias e fazendo panquecas diante de um barril gigante de farinha, de acordo com o livro “Fome Negra”, de Doris Witt. A PepsiCo adquiriu o negócio quando comprou a Quaker Oats em 2001.

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