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Petrobras reduz dívidas, mas enfrenta risco político

Análise do balanço aponta riscos e vantagens de se investir em ações da Petrobras (PETR4), que tem preço-alvo de R$ 38 indicado pelo Banco Safra

Petrobras

A Petrobras anunciou pagamento adicional aos acionistas de R$ 32 bilhões (R$2,44 por ação), equivalente a um rendimento de 8% | Foto: Getty Images

A Petrobras (PETR4) apresentou bons resultados no terceiro trimestre, refletindo os maiores preços do Brent (+7% T/T) e o aumento de preços e volumes de derivados no mercado interno. O EBITDA atingiu R$ 60,7 bilhões no trimestre.

Além dos resultados operacionais positivos, a Petrobras (PETR4) atingiu sua meta de dívida bruta e anunciou um pagamento adicional aos acionistas de R$ 32 bilhões, elevando o dividend yield total para cerca de 17% no ano.

Saiba mais:

A Petrobras (PETR4) anunciou um pagamento adicional aos acionistas de R$ 32 bilhões (R$2,44 por ação), equivalente a um rendimento de 8%.

O pagamento será feito em 15 de dezembro, com base nas participações de 1º de dezembro, e será adicionado aos R$11 bilhões (R$ 0,81 por ação) anunciados em agosto para um rendimento combinado de 11% no pagamento de dezembro e aproximadamente 17% se considerarmos todos os pagamentos no ano.

Petrobras cumpre plano de redução do endividamento

A Petrobras (PETR4) vem cumprindo seu plano de redução do endividamento, com foco em ativos mais rentáveis e aumento do retorno para o acionista, segundo análise do Banco Safra, e com isso sustenta a postura positiva do banco em relação à empresa e ao rating de compra para as ações.

O safra reconhece, no entanto, que o aumento do ruído político sobre os preços dos combustíveis aumenta o risco de interferência na empresa e pode causar alguma volatilidade no preço das ações.

Dívida de PETR4

Uma sólida geração de caixa de R$ 47,2 bilhões no 3T (-3% T/T) permitiu que a Petrobras (PETR4) encerrasse o trimestre com uma dívida bruta de US$ 59,6 bilhões (R$ 324,9 bilhões), atingindo sua meta com 15 meses de antecedência.

A dívida líquida da Petrobras (PETR4) era de US$ 48,1 bilhões e a dívida líquida/EBITDA de 1,2x no final do 3T21, contra US$ 53,3 bilhões e 1,5x no 2T21, respectivamente.

O lucro líquido reportado pela Petrobras (PETR4) foi de R$ 31,1 bilhões (-27% T/T). Sem itens não recorrentes, como reversão de redução ao valor recuperável, recursos relacionados à Transferência de Direitos do campo de Búzios e valores relacionados a seguro saúde e impostos, o lucro líquido foi de R$17,4 bilhões no trimestre, -57% T/T, principalmente devido a perdas cambiais no 3T21 vs ganhos no 2T21.

A Petrobras (PETR4) reportou EBITDA de: R$54,508 bilhões de E&P (+ 7% T/T), como resultado do aumento dos preços do Brent, parcialmente compensado por maiores impostos de participação do governo; R$9,438 bilhões no Refino (-22% T/T), sobre maiores despesas operacionais, decorrentes principalmente de provisões para perdas com processos judiciais; R$1,022 bilhão para Gás e Energia (vs. R$2.014 milhões no 2T21), explicado pela maior receita com venda de ativos no 2T21; e Corporativo -R$4,538 bilhões (vs. -R$1.173 milhões no 2T21).

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Produção de PETR4

A Petrobras (PETR4) divulgou seus números operacionais para o 3T21, que estão em linha com as projeções do Safra. O banco espera que os resultados financeiros sejam beneficiados pelos preços mais elevados do petróleo e dos produtos refinados e também pela maior utilização das refinarias no trimestre.

A produção média diária de óleo, LGN e gás natural aumentou 1,2% no trimestre e totalizou 2,83 MMboed, refletindo o início das operações do FPSO Carioca (campo de Sépia) localizado no pré-sal da Bacia de Santos e a maior produção média do FPSO P-70 (campo de Atapu), que atingiu a capacidade de produção no início de julho.

No caso do refino, a produção total aumentou 11% no trimestre, explicada pela maior demanda interna e disponibilidade das refinarias, uma vez que ocorreram mais ocorrências de paradas programadas nas refinarias no 2T21. A taxa média de utilização aumentou 10p.p. trimestralmente, atingindo 85% no 3T21.

Redução de restrições sanitárias favorece mercado de combustíveis

As vendas de derivados de petróleo aumentaram 10,6% no trimestre, com destaque para gasolina (+ 14,3% no trimestre), diesel (+ 6,4% no trimestre) e querosene de aviação (+ 51% no trimestre).

As vendas de gasolina se beneficiaram da redução das restrições à pandemia em algumas cidades e do ganho de participação de mercado em relação ao etanol, explicado principalmente pelos preços mais altos do etanol.

Em relação ao diesel, o principal fator foi a sazonalidade do consumo, que costuma ser impulsionada pela safra de grãos, e também um menor percentual de teor de biodiesel no diesel (10,7% vs 11%). O volume de combustível de aviação refletiu a maior demanda por voos domésticos e internacionais.

As importações totais no trimestre aumentaram 21% no trimestre, devido à maior demanda interna. As importações de gasolina foram de 42 mil bpd no trimestre, ante 11 mil bpd no 2T21 (+282% no trimestre) e as importações de diesel de 175 mil bpd em comparação com 120 mil bpd no anterior trimestre (+46%).

Vale a pena investir em PETR4?

  • Sólida geração de fluxo de caixa;
  • Seu plano estratégico é um bom sinal e indica que a empresa vai concentrar esforços em seus principais direcionadores de valor.

Quais os riscos ao investir em PETR4?

  • A Petrobras é uma empresa estatal e não vemos uma privatização em andamento no curto prazo;
  • Risco de ingerência politica.
  • Outra greve de caminhoneiros também é uma preocupação e não se reflete no preço-alvo de PETR4.

Sobre a Petrobras (PETR4)


A Petrobras (PETR4) atua por meio da capacidade técnica única nos segmentos de exploração e produção de petróleo, refino, gás natural, energia elétrica, logística, comercialização, distribuição, petroquímica, fertilizantes e biocombustíveis.

A Petrobras está presente em 19 países, administrando a exploração de óleo e gás destas áreas. Através de joint ventures e demais parcerias, as unidades da Petrobras incorporam o mais avançado uso de tecnologia, mantendo-se referência mundial no setor energético.

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