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Petrobras é a melhor pagadora de dividendos do setor nas Américas

Com dividend yield de 41% em 12 meses, companhia é líder entre gigantes petroleiras listadas nas bolsas da América Latina e EUA

À esquerda, fachada da sede da Petrobras, cujas ações pagam bons dividendos, com destaque para o logo prateado e perspectiva de baixo para cima

Estudo da TC/Economatica engloba as 25 empresas do setor de petróleo com valor de mercado superior a US$ 10 bilhões | Foto: Getty Images

A Petrobras é a maior empresa em valor de mercado na B3, a bolsa de valores brasileira, e suas ações, tanto a PETR3 quanto a PETR4, costumam gerar bons dividendos e ser figurinhas brilhantes na carteira de investidores. No primeiro trimestre de 2022, a companhia registrou um lucro líquido recorde de R$ 44,5 bilhões.

Levantamento feito por Einar Rivero, da TC/Economatica, feito com as 25 empresas do setor de petróleo com valor de mercado superior a US$ 10 bilhões e ações listadas em Bolsas da América Latina e Estados Unidos ou com ADR (American Depositary Receipts) em Nova York, mostra que a estatal é a líder na remuneração do investidor.

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O chamado “dividend yield” (rendimento médio) da ação preferencial da Petrobras em 12 meses chega a 40,97%.

“É uma ação extremamente barata olhando qualquer métrica de ‘valuation’, incluindo múltiplos históricos e pares internacionais”, diz o head de renda variável da AF, Leandro Saliba.

Riscos

Se a companhia brasileira distribui um bom patamar de proventos e está barata na Bolsa, por que, então, o mercado parece receoso com as ações? A resposta é o risco político.

A política de preços mantida pela Petrobras, vinculada à variação do barril de petróleo no mercado internacional, entrou na mira do presidente Jair Bolsonaro e de aliados no Congresso, que acusam a empresa de ter lucros exorbitantes às custas de seguidos reajustes de preços dos combustíveis.

A empresa caminha para ter o seu quarto presidente desde o início do atual governo, e há um movimento para mudar a composição da diretoria e do conselho de administração para o governo ter influência na definição dos preços.

“Mesmo com toda essa questão política que está acontecendo agora, no ano a Petrobras está subindo 12%, enquanto o Ibovespa está caindo 6%. Mas tem de acompanhar muito a eleição e o risco de mudar a gestão da empresa”, diz Saliba.

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Vale a pena investir na Petrobras de olho nos dividendos?

Para Heitor de Nicola, assessor de renda variável da Acqua Vero, antes de comprar Petrobras o investidor precisa analisar o cenário tentando separar o que é apenas ruído daquilo que pode, efetivamente, alterar o rumo da empresa.

"Se, de fato, for decidida uma mudança na política de preços, isso alteraria a tese de investimentos da empresa. Mas apenas esse ruído político no fim do dia não muda o que a Petrobras faz e tem planejado para os próximos anos. E, portanto, não altera a tese do investidor."

Mas há quem veja o cenário com mais otimismo. Na Ativa Investimentos, o analista Ilan Arbetman explica que, dado o nível de preços atual das ações da companhia e as perspectivas de uma continuidade na alta do petróleo no mercado exterior, valeria a pena montar posições na Petrobras.

Na Warren, a recomendação também é de compra, visto que, por mais que a discussão política tenha impactos, a companhia deve seguir com bons resultados. E, inclusive, tem margens para o caso de alguma das medidas do governo ser aprovada.

"Por exemplo, caso alterem a CSLL e a empresa tenha a tributação dobrada. Sairia de 9% para 18%, o que teria um impacto de cerca de US$ 2 bilhões nos dividendos pagos pela Petrobras. Ainda assim, a empresa pagaria dividendos de dois dígitos", destaca Frederico Nobre, líder da área de análise da casa. (AE)

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