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Por que o preço do diesel sobe? A Petrobras responde

Estatal cria canal para explicar motivos que levam aos reajustes do combustível, principal reclamação dos caminhoneiros

diesel

A estatal aumentou o preço da gasolina nesta segunda, 18, mas deixou o diesel inalterado | Foto: Fernando | Foto: Getty Images

A Petrobras divulgou em seu site um conteúdo em formato de Q&A (perguntas e respostas) na coluna Fatos e Dados, para justificar eventuais aumentos passados e futuros no preço do diesel.

O objetivo da empresa é defender a sua política de preços sobre o combustível.

O preço do diesel é a principal reclamação dos caminhoneiros com o governo federal.

O preço do petróleo no mercado internacional tem crescido de forma significativa e afetado os valores dos combustíveis. Essa alta atinge também o diesel e o Gás Natural Liquefeito (GLP), o gás de cozinha.

Perguntas e respostas

Como se estivesse respondendo a perguntas de usuários de diesel, a Petrobras informa que o Brasil não tem o diesel mais caro do mundo.

A justificativa apresentada é que 121 países praticam preço do diesel mais alto do que a Petrobras – que é monopolista em refino no Brasil.

“No início de janeiro o preço do diesel na bomba era 27,4% inferior à média mundial”, diz a companhia no texto.

O preço que a petrolífera pratica na refinaria corresponde a 48% do valor total nos postos de abastecimento, quando é acrescido da parte de distribuição e revenda (15%); custo do biodiesel (14%); e impostos (23%).

A estatal informa que em 2020 houve queda de 14% no preço do diesel, com o combustível começando o ano em torno de R$ 2,33 o litro nas refinarias e fechando 2020 em R$ 2,02/l.

Segundo a Petrobras, é necessário seguir as cotações internacionais do diesel e dos outros combustíveis por causa da limitação das refinarias no Brasil, que não atendem todo o mercado, sendo necessário importar o produto.

“Estas importações representam uma competição importante no mercado brasileiro de combustíveis e ajudam a regular o preço oferecido aos consumidores”, afirma a Petrobras.

A justificativa é dissonante da dos importadores de combustíveis, que acusam a estatal de não repassar todo aumento do mercado internacional para segurar a inflação. A Petrobras nega.

Similar à carne e a soja

Para a estatal, “o comportamento do preço do diesel não é diferente de outras commodities negociadas no mundo.

“Quando o preço da carne ou da soja sobe no exterior, pagamos mais por estes itens no supermercado, mesmo que sejam produzidos aqui. É a lógica de um mercado mundial integrado”, explica.

A companhia também descarta praticar um preço nacional, como sugere um dos grupos de caminhoneiros insatisfeito com a política da estatal.

De acordo com a Petrobras, a empresa teve problemas financeiros ao realizar essa prática há alguns anos.

“Se reduzíssemos o preço do diesel nas refinarias independentemente das cotações internacionais, estaríamos repetindo erros do passado, que geraram a maior dívida entre empresas no mundo e quase quebraram a Petrobras”, diz a empresa ao simular uma resposta sobre o motivo de não reduzir o preço nas refinarias.

“Nossa contribuição é gerar valor, investindo para produzir mais petróleo, gás natural e combustíveis a custos baixos, sem desviar do foco em segurança e meio ambiente”, conclui. (AE)

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