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Petrobras recebe R$ 2 por litro de gasolina e não muda política de preços

Presidente da Petrobras esclarece política de preços e ações da empresa reagem em alta, levando o Ibovespa a subir ,025% aos 113,6 mil pontos

Bomba de gasolina

Segundo a estatal, do total do preço do litro da gasolina, somente 34% são referentes à Petrobras e os outros 66% decorrem de outros fatores de custo | Foto: Getty Images

A participação média da Petrobras no preço do litro da gasolina – que chega a R$ 7 em algumas cidades brasileiras – é de cerca de R$ 2. Da mesma forma, o valor da parte da estatal no litro do diesel é de R$ 2,49 e, no preço do botijão de 13 kg do gás de cozinha, é de R$ 46,90.

As informações foram divulgadas pelo presidente da companhia, general Joaquim Silva e Luna, após o presidente Jair Bolsonaro sugerir que estava buscando formas de conter os reajustes de preços dos combustíveis.

Segundo Silva e Luna, há um conjunto de fatores que causa impactos na economia brasileira, “quase como uma tempestade perfeita”: crise da pandemia, período de baixa afluência hídrica com impacto na energia e uma elevada alta nas commodities, incluindo petróleo e gás.

O aceno do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, de que não há mudança em curso na política de preços da empresa, contribuiu para a última mudança de sinal do Ibovespa, no fim da tarde de segunda-feira, em direção à alta de 0,27%, aos 113.583,01 pontos, no encerramento de sessão ao longo da qual oscilou entre leves perdas e ganhos.

Na máxima do dia, com as declarações de Luna, chegou aos 114.432,23 pontos, saindo de mínima a 112.360,24 e abertura aos 113.282,89 pontos. O giro financeiro foi de R$ 30,7 bilhões na sessão.

Petrobras recebe R$ 2 por litro de gasolina

“A Petrobras recebe cerca de R$ 2 por litro [de gasolina] na bomba. Essa parcela, que corresponde à Petrobras, se destina a cobrir o custo de exploração, de produção e refino do óleo, investimentos permanentes, juros da dívida, impostos e participações governamentais”, explicou durante apresentação ao vivo pela internet, que também contou com a participação de diversos diretores da empresa.

Segundo a estatal, do total do preço do litro da gasolina, somente 34% são referentes à Petrobras e os outros 66% são formados por outros componentes de custo, incluindo impostos e margem de lucro das empresas.

No caso do diesel, a parcela da empresa fica em 52%, sendo os demais 48% relativos aos demais fatores de mercado. Na formação do preço do botijão de gás GLP de 13 kg, a Petrobras fica com 48% do preço, com os outros 52% ficando por conta das empresas de envase, distribuição, revenda e impostos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Presidente da estatal nega mudança na política de preços

Perguntado sobre como a Petrobras poderia contribuir para a redução nos preços dos combustíveis e do GLP, Silva e Luna explicou que esses debates são afeitos ao Ministério de Minas e Energia, ao Ministério da Economia e à Casa Civil, cabendo à estatal do petróleo garantir saúde financeira, recolhimento de impostos e distribuição de dividendos aos acionistas.

Ele reiterou que não há mudança na política de preços da companhia. “Continuamos trabalhando da forma como sempre. A maneira que a Petrobras acompanha o preço da paridade internacional do [petróleo tipo] Brent, as mudanças em relação ao câmbio, a análise permanente para ver se isso são [fatores] conjunturais ou estruturais, essa mudança não existe”, disse.

Crise energética

Quanto à ajuda que a estatal pode dar para minorar os efeitos da crise energética, o general lembrou que a Petrobras triplicou a entrega de gás para a operação das termelétricas nos últimos 12 meses.

Sobre a participação da empresa na economia nacional, ela gerou, entre 2019 e setembro de 2021, R$ 20,4 bilhões de dividendos para a União.

Até dezembro deste ano, a projeção é a geração de R$ 552 bilhões em tributos para a União, estados e municípios.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana entre 29 de agosto e 4 de setembro, o preço médio do litro da gasolina comum no país era de R$ 6,00; o diesel S10, R$ 4,69, e o botijão de 13 kg, R$ 93,61. (Com Agência Brasil e AE)

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