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Petroleira investe na proteção da Mata Atlântica

A multinacional Equinor, da Noruega, faz parceria para preservar uma área de floresta restante em Cachoeira do Macacu, no Rio de Janeiro

Mata Atlântica

Projeto ambiental faz parte da meta de zerar emissões de carbono da empresa até 2050 /Foto: Getty Images

A petroleira norueguesa Equinor anunciou o seu primeiro investimento mundial em preservação e manutenção de florestas. O local escolhido é o município de Cachoeiras de Macacu, na região serrana do Rio de Janeiro.

O investimento será em parceria com a Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), com o objetivo de preservar e reflorestar a Mata Atlântica fluminense.

O projeto se enquadra no programa de descarbonização da companhia, que tem como meta atingir emissão líquida zero de carbono até 2050.

A Equinor é uma estatal norueguesa (dois terços do capital pertencem ao Estado) que tem operações em mais de 30 países e está no Brasil há 20 anos. O Brasil é apontado como um dos três países prioritários para os investimentos da companhia. Mundialmente, com 21 mil empregados, a Equinor faturou U$ 64 bilhões e teve lucro operacional líquido de US$ 9,3 bilhões em 2019.

Suas principais atividades por aqui são a exploração e a produção de petróleo e gás natural nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, com investimentos já anunciados da ordem de US$ 10 bilhões.

No campo das fontes renováveis, a Equinor escolheu o Brasil para montar sua primeira usina geradora alimentada por energia solar, o Complexo Apodi, no estado do Ceará.

O investimento anunciado para a proteção de Mata Atlântica é mais um passo da política de atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas e ao Acordo Climático de Paris.

“Restaurar e proteger florestas tropicais é crucial para a conservação da biodiversidade e para o enfrentamento das mudanças climáticas”, diz  Margareth Øvrum, vice-presidente executiva de Produção e Desenvolvimento da Equinor no Brasil.

Importância da biodiversidade

“Em parceria com a Regua, vamos contribuir para a restauração de áreas degradadas, retornando à floresta original, além de garantir proteção permanente de florestas remanescentes e viabilizar educação para estudantes no Rio de Janeiro, para que aprendam sobre a origem e a importância das florestas tropicais, da biodiversidade e do clima”, afirma a executiva.

A Mata Atlântica no Brasil só não é maior que a Amazônia quando se trata de biodiversidade, segundo a companhia.

A parceria tem um prazo de três anos, com a possibilidade de ser renovada por mais dois.

Localizada ao longo da costa do Brasil, desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, a Mata Atlântica é o habitat de mais de 2.200 espécies de pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios, sendo muitas delas espécies endêmicas do bioma.

A Mata Atlântica também conta com cerca de 20 mil espécies de plantas e armazena bilhões de toneladas de CO2, fator que é crucial para limitar a emissão de carbono para a atmosfera.

Atualmente, apenas uma área equivalente a 7% da floresta original permanece completamente intacta.

Busca do desenvolvimento sustentável

A Equinor disse que está empenhada em reduzir as emissões de óleo e gás e crescer com rentabilidade nas energias renováveis. O desenvolvimento sustentável, segundo a  companhia, é uma agenda fundamental para a estratégia de longo prazo no Brasil.

Até o final de 2020, a Regua, localizada a 90 quilômetros ao norte da cidade do Rio, terá protegido 7,1 mil hectares de habitat original da Mata Atlântica e plantado mais de 650 mil árvores em 400 hectares de área degradada.

Com a iniciativa da Equinor, a expectativa é de que as ações de preservação do meio ambiente sejam mais intensas no país. A petroleira informou também que pretende construir um parque eólico offshore no Brasil, segmento que já domina em outros países.

(Com AE)

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