Petroleira investe na proteção da Mata Atlântica
A multinacional Equinor, da Noruega, faz parceria para preservar uma área de floresta restante em Cachoeira do Macacu, no Rio de Janeiro
18/12/2020A petroleira norueguesa Equinor anunciou o seu primeiro investimento mundial em preservação e manutenção de florestas. O local escolhido é o município de Cachoeiras de Macacu, na região serrana do Rio de Janeiro.
O investimento será em parceria com a Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), com o objetivo de preservar e reflorestar a Mata Atlântica fluminense.
O projeto se enquadra no programa de descarbonização da companhia, que tem como meta atingir emissão líquida zero de carbono até 2050.
A Equinor é uma estatal norueguesa (dois terços do capital pertencem ao Estado) que tem operações em mais de 30 países e está no Brasil há 20 anos. O Brasil é apontado como um dos três países prioritários para os investimentos da companhia. Mundialmente, com 21 mil empregados, a Equinor faturou U$ 64 bilhões e teve lucro operacional líquido de US$ 9,3 bilhões em 2019.
Suas principais atividades por aqui são a exploração e a produção de petróleo e gás natural nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, com investimentos já anunciados da ordem de US$ 10 bilhões.
No campo das fontes renováveis, a Equinor escolheu o Brasil para montar sua primeira usina geradora alimentada por energia solar, o Complexo Apodi, no estado do Ceará.
O investimento anunciado para a proteção de Mata Atlântica é mais um passo da política de atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas e ao Acordo Climático de Paris.
“Restaurar e proteger florestas tropicais é crucial para a conservação da biodiversidade e para o enfrentamento das mudanças climáticas”, diz Margareth Øvrum, vice-presidente executiva de Produção e Desenvolvimento da Equinor no Brasil.
Importância da biodiversidade
“Em parceria com a Regua, vamos contribuir para a restauração de áreas degradadas, retornando à floresta original, além de garantir proteção permanente de florestas remanescentes e viabilizar educação para estudantes no Rio de Janeiro, para que aprendam sobre a origem e a importância das florestas tropicais, da biodiversidade e do clima”, afirma a executiva.
A Mata Atlântica no Brasil só não é maior que a Amazônia quando se trata de biodiversidade, segundo a companhia.
A parceria tem um prazo de três anos, com a possibilidade de ser renovada por mais dois.
Localizada ao longo da costa do Brasil, desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, a Mata Atlântica é o habitat de mais de 2.200 espécies de pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios, sendo muitas delas espécies endêmicas do bioma.
A Mata Atlântica também conta com cerca de 20 mil espécies de plantas e armazena bilhões de toneladas de CO2, fator que é crucial para limitar a emissão de carbono para a atmosfera.
Atualmente, apenas uma área equivalente a 7% da floresta original permanece completamente intacta.
Busca do desenvolvimento sustentável
A Equinor disse que está empenhada em reduzir as emissões de óleo e gás e crescer com rentabilidade nas energias renováveis. O desenvolvimento sustentável, segundo a companhia, é uma agenda fundamental para a estratégia de longo prazo no Brasil.
Até o final de 2020, a Regua, localizada a 90 quilômetros ao norte da cidade do Rio, terá protegido 7,1 mil hectares de habitat original da Mata Atlântica e plantado mais de 650 mil árvores em 400 hectares de área degradada.
Com a iniciativa da Equinor, a expectativa é de que as ações de preservação do meio ambiente sejam mais intensas no país. A petroleira informou também que pretende construir um parque eólico offshore no Brasil, segmento que já domina em outros países.
(Com AE)