Petróleo sobe com previsão de pausa no aperto dos juros nos EUA
Mercado reforça aposta em manutenção dos juros na reunião do Federal Reserve na quarta-feira, o que enfraquece o dólar e valoriza o petróleo
20/03/2023O petróleo fechou em alta na sessão desta segunda, 20, beneficiado pelo dólar enfraquecido no exterior e por algumas expectativas de que o Federal Reserve (Fed) mantenha suas taxas de juros na reunião desta quarta-feira, o que ofereceu fôlego para ativos de risco.
A decisão do Federal Reserve é aguardada com grandes expectativa pelo mercado financeiro, em vista dos últimos acontecimentos envolvendo a situação de crédito de grandes bancos internacionais.
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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para maio fechou em alta de 1,33% (US$ 0,89), a US$ 67,82 o barril, enquanto o Brent para igual mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,12% (US$ 0,82), a US$ 73,79 o barril.
O petróleo abriu a sessão acentuando perdas de mais de 10% registradas na semana passada, ainda prejudicado pelas preocupações com o setor bancário após a compra do Credit Suisse pelo banco UBS no final de semana.
Contudo, o óleo inverteu o sinal na reta final das negociações e encerrou com ganhos sólidos no ajuste de fechamento. Durante o dia, a commodity ganhou fôlego com o dólar enfraquecido e as expectativas de um Fed mais brando, na visão por exemplo do Goldman Sachs, diante das turbulências nos sistemas bancários dos EUA e da Europa.
Segundo a Oanda, a expectativa de pausa no ciclo monetário é importante para os investidores, porque uma recessão mais severa pode se tornar uma possibilidade caso o BC americano aumente os juros nesta quarta-feira ou sinalize que “a porta está aberta” para um aperto mais restritivo em reuniões futuras.
Recessão pode abalar demanda por petróleo
Uma recessão severa poderia implicar menor demanda pelo óleo, pressionando a commodity. Além disso, a Oanda indica que os preços do Brent encontraram suporte no nível de US$ 70 o barril, apontando uma possível recuperação nos próximos dias.
A recuperação nos preços, porém, deve levar tempo e acontecer de forma gradual, avalia o Goldman Sachs. O banco rebaixou suas projeções para o Brent até 2024, de nível em US$ 100 o barril para US$ 94 nos próximos doze meses e para US$ 97 o barril no segundo semestre do próximo ano. Segundo o Goldman, deve haver crescimento acima do esperado nos estoques do óleo, com demanda pouco mais fraca do que o antes antecipado.
Ainda nesta sessão, a Reuters reportou a partir de duas autoridades da União Europeia, ouvidas sob condição de anonimato, que o G7 não deve revisar nesta semana o teto de preços para o petróleo russo. (AE)