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PIB da China desacelera para 7,9% ao ano no segundo trimestre

Depois da expansão de 18,3% no primeiro trimestre, economia da China tem crescimento menor, mas ainda acima do esperado

Porto chinês

PIB mostrou avanço de 1,3% entre abril e junho, em comparação com o resultado de janeiro a março | Foto: Getty Images

O Produto Interno Bruto (PIB) da China registrou alta anual de 7,9% no segundo trimestre de 2021, bem menor do que o salto de 18,3% observado no trimestre anterior, o que evidencia a perda de fôlego no processo de recuperação.

Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, o PIB mostrou avanço de 1,3% entre abril e junho, em comparação com o resultado de janeiro a março. A expansão do indicador no semestre foi de 12,7%.

A produção industrial chinesa registrou alta anual de 8,3% em junho. A taxa de expansão representa uma desaceleração ante os 8,8% registrados em maio, em mesma base de comparação. O número veio acima das projeções de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, cujo consenso era de avanço de 7,8%. Na comparação mensal, o indicador subiu 0,56%, após 0,52% em maio.

China desacelera, mas supera expectativas

A saraivada de indicadores econômicos da China mostra uma desaceleração do processo de retomada da economia após o choque da covid-19. Por outro lado, nenhuma leitura frustrou o mercado – e a maioria, inclusive, superou as expectativas.

As variações menos expressivas devem ser ponderadas pela redução do efeito da base de comparação fraca, mais pronunciado no primeiro trimestre, período que, em 2020, representou o ápice da crise do coronavírus no país asiático.

As vendas no varejo surpreenderam ao saltar 12,1% em junho, bem acima da projeção de 10,9%, mas também perderam tração no confronto com a variação de maio: 12,4%.

Comportamento semelhante teve o dado de investimentos em ativos fixos. O indicador registrou expansão de 15,4% no período de janeiro a maio e, no consolidado de janeiro a junho, desacelerou a 12,6%. Ainda assim, surpreendeu o mercado, que estimava 12,1%.

Nota divulgada pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China diz que a economia local “manteve a recuperação e continuou a apresentar um desempenho restaurador com uma base consolidada e um bom ritmo de crescimento”.

Bolsas asiáticas reagem em alta

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 15, após a série indicadores da economia da China, que mostraram forte desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB), mas também desempenho melhor do que o esperado da indústria e do varejo, e após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, reiterar a defesa da manutenção de estímulos ontem.

Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 1,02% hoje, a 3.564,59 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,35%, a 2.478,72 pontos.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng se valorizou 0,75% em Hong Kong, a 27.996,27 pontos, o Kospi teve alta de 0,66% em Seul, a 3.286,22 pontos, após o banco central sul-coreano manter seu juro básico na mínima histórica de 0,50%, e o Taiex registrou ganho de 1,06% em Taiwan, a 18.034,19 pontos.

Japão e Austrália ficam no vermelho

Exceção, o japonês Nikkei caiu 1,15% em Tóquio, a 28.279,09 pontos, pressionado por ações de petrolíferas em meio a um avanço do iene em relação ao dólar. O Banco do Japão (BoJ) anuncia decisão de política monetária nas primeiras horas de amanhã, mas não há expectativa de mudanças na sua postura ultra-acomodatícia.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, à medida que o país vem retomando lockdowns para conter uma nova onda de infecções por covid-19. O S&P/ASX 200 caiu 0,26% em Sydney, a 7.335,90 pontos. (AE)

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