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Piora da covid traz novos desafios para investidores

Economistas do Safra debatem a conjuntura do agravamento da covid-19 no Brasil e as implicações fiscais do Orçamento 2021

conjuntura safra invest live

As economistas Priscila Deliberalli e Tatiana Gomes conversam sobre as conjunturas e perspectivas econômicas | Foto: Divulgação

O programa Conjuntura Safra Invest desta segunda-feira, 29, teve como tema a ‘Pandemia e novos desafios para a economia’.

A economista Priscila Deliberalli e a estrategista de investimentos Tatiana Gomes conversam sobre as conjunturas e perspectivas econômicas do momento.

“Ainda temos um número muito elevado de mortos e de infecções, e a vacinação avança, mas muito lentamente. Ao longo de abril acreditamos que será possível avançar bastante na população de risco, de 60 a 65 anos, o que deve desacelerar o número de óbitos”, afirmou Priscila Deliberalli.

Enquanto isso não acontece, disse ela, o país deve continuar numa situação muito crítica, com risco de restringir ainda mais a circulação das pessoas, o que deve ter efeitos sobre o PIB do segundo trimestre. Ela citou o exemplo das paralisações no setor automobilístico e a retração mais forte no setor de serviços e varejo.

Contração do PIB

“A contração do PIB deve ser de 0,7% no segundo trimestre, o que pode tirar mais um ponto de crescimento do PIB para 2021. Se nossa previsão era de 3,5% do PIB, nosso crescimento pode chegar a 2,6%, como se terminássemos o ano um ponto porcentual abaixo do que estávamos em 2020”, explicou Priscila.

“Não é nosso cenário do Safra ainda, mas é bastante preocupante e o risco vem aumentando para termos uma contração maior. Com a vacinação avançando e com a reabertura da economia as coisas podem melhorar”.

A maneira como o governo vai reagir a essa piora da economia, disse ela, pode prejudicar o PIB a médio prazo, com a piora das condições financeiras e da percepção de riscos. Ou seja, dependendo do que o governo tentar fazer para salvar o crescimento neste ano, pode reduzir o potencial de expansão no ano que vem.

“Já temos projeção bastante modesta para o ano que vem, de 2%, e isso pode piorar, dependendo deste cenário de vacinação que temos de acompanhar de perto”, afirmou.

Orçamento para 2021 preocupa

Outro fator que preocupa o mercado, segundo ela, é o Orçamento para 2021 e o risco de estouro do teto de gastos. “Essa questão já era preocupante antes do agravamento da pandemia”, disse ela, lembrando o efeito do aumento da inflação e o reajuste do salário mínimo acima do previsto no projeto inicial.

“O relator do Orçamento optou por rever uma série de gastos obrigatórios para abrir espaço para emendas parlamentares, o que gerou grande desconforto entre os economistas que acompanham as contas públicas”, comentou ela.

A economista Tatiana Gomes destacou que as contas externas estão bastante positivas, os preços das commodities seguem elevadas. Para o ano que vem, ela cita que o nível da Selic será suficiente para manter a inflação dentro da meta.

“Hoje estamos vendo preços reagindo a esse contexto delicado do Brasil, com agravamento da pandemia, com todas as implicações na política e na atividade”, comentou.

Aumento da exposição a risco internacional

Diante do cenário de incertezas, há grande espaço para operações financeiras, destacou ela. Diante dos desafios do cenário atual, ela cita que há espaço para aumento da exposição internacional das carteiras, mas o mais importante é o “assest alocation”, ou seja, a repartição do dinheiro a ser investido em diferentes tipos de investimento.

“O cenário nos leva a trazer um pouco mais de ativos internacionais, como investimentos em ações ligadas ao crescimento do consumo da China, ou em temas como os fundos ESG ou de biotecnologia”, disse Tatiana. Ela destacou que o Safra busca fundos multimercados bem posicionados.

“Por mais que a situação brasileira esteja pior do que estava algun tempo atrás, ainda assim não tivemos um total retrocesso estrutural a ponto de rever um cenário juros estruturalmente baixos”, destacou. O asset location é importante, e a composição dos fundos também é importante, uma carteira tem que ser composta com diversificação e concentração nos fundos com melhor histórico”.

No Safra temos uma preocupação muito grande com a escolha dos fundos, buscamos casas com expertise internacional e com grande com experiência”.

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