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Planos de Saúde crescem e Hapvida é o destaque do setor

Hapvida (HAPV) foi o destaque positivo entre as principais operadoras de saúde brasileiras, com a NotreDame Intermédica (NDI) apresentando ótimos números

Planos de Saúde

O desempenho positivo geral dos planos de saúde reflete a força contínua do mercado de trabalho | Foto: Getty Images

Dados financeiros do segundo trimestre divulgados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) indicam que os associados de planos de saúde atingiram 51 milhões em julho. O número representa um crescimento de 170 mil associados em comparação ao mês anterior, e de 414 mil no total acumulado no ano de 2024.

Segundo a ANS, os planos de saúde privados registraram crescimento da base de 1,7% com as adições líquidas em julho. Em relação ao mês anterior a expansão foi de 0,3%.

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Hapvida e NotreDame são destaques no setor de planos de saúde

A Hapvida (HAPV) foi o destaque positivo entre as principais operadoras de saúde brasileiras, com a NotreDame Intermédica (NDI) apresentando ótimos números (+40 mil adições líquidas), indica o relatório da Safra Corretora.

O sistema Unimed também apresentou um desempenho muito forte de +60 mil adições líquidas. SulAmérica, Amil e Porto também apresentaram números positivos (+14 mil, +14 mil e +10 mil adições líquidas, respectivamente). A Bradesco Saúde ficou para trás, com prejuízo líquido de 20 mil.

O desempenho positivo geral do setor já era amplamente esperado devido à força contínua do mercado de trabalho (criação líquida ajustada de empregos de +175 mil em julho). No geral, os números foram encorajadores e mantemos o HAPV3 como nossa principal escolha no setor de saúde.

O sistema Hapvida manteve o ritmo de crescimento

A Hapvida teve um número consolidado de adições líquidas de 42 mil membros em julho (+40 mil do NDI e +2 mil do Hapvida autônomo).

A Safra Corretora destaca os números do HAPV, pois a impressão veio em linha com a declaração recente da empresa de que um ponto de inflexão em termos de crescimento da base de beneficiários poderia ser alcançado nos próximos meses. O Safra também destaca que isso pode sinalizar uma reversão na tendência negativa observada no primeiro semestre de 2024.

Enquanto isso, a SulAmérica registrou outra grande rodada de adições líquidas (+30 mil) no mês, o que vemos como positivo para a RDOR.

Após um começo difícil no ano, o sistema Unimed registrou outra forte rodada de adições líquidas de +60 mil, levando ao melhor desempenho acumulado no ano entre os pares (+175 mil adições líquidas). Amil e Porto registraram adições líquidas de +14 mil e +10 mil, respectivamente, enquanto o Bradesco foi prejudicado por perdas líquidas de 20 mil.

Membros do plano odontológico atingiram 33,5 milhões em julho

As adições líquidas chegaram a +149 mil, o que levou a base a crescer 8% a/a e 0,4% m/m. As adições líquidas da Odontoprev totalizaram 49 mil em julho, uma impressão decente após um número forte em julho (+86 mil). Consequentemente, as adições líquidas acumuladas no ano atingiram +233 mil.

Seção de dados financeiros:

Os maiores players estão se saindo muito melhor do que os menores. A ANS divulgou seus dados financeiros para o segundo trimestre deste ano. Vale lembrar que todos os números reportados estão em BR GAAP (em vez de IFRS), o que significa que eles podem não corresponder exatamente aos dados reportados pelas empresas.

Além disso, o Safra dividiu o setor em grandes (> 100 mil beneficiários), médios (entre 20 mil e 100 mil beneficiários) e pequenos players (< 20 mil beneficiários). Dito isso, os números do 2T24 indicam um aumento adicional na taxa de sinistralidade para o setor e a maioria dos players; essa tendência positiva deve continuar devido aos aumentos de preços em andamento, iniciativas de controle de custos ainda em andamento e inflação médica mais normalizada.

A taxa de sinistralidade médica (MLR) do setor para este trimestre foi de 85%, uma redução em relação aos 88,5% registrados no mesmo trimestre do ano passado. A melhora foi impulsionada principalmente pelos players maiores, que reduziram sua MLR em 395 bps ano a ano. Em contraste, os players menores experimentaram uma deterioração em sua MLR, o que ressalta a posição operacional mais forte dos principais players do setor.

Receita operacional

O setor viu um crescimento contínuo na receita operacional, com uma taxa de crescimento de 12,5% em comparação ao ano anterior. Isso foi impulsionado por um aumento de preço de 12% a/a e uma expansão na base de beneficiários de +470k QoQ. Vale ressaltar que a expansão da base de beneficiários é amplamente atribuível ao crescimento de operadoras “grandes”, que adicionaram +588k vidas trimestre a trimestre.

Esse crescimento foi limitado por uma perda líquida de 170k vidas de operadoras menores. O preço médio do bilhete seguiu uma trajetória semelhante à da base de beneficiários, refletindo o fato de que o aumento de preço do setor foi amplamente impulsionado pelas maiores operadoras (+12% a/a), com menos impacto das operadoras médias e pequenas, que viram aumentos de preço de 9% e 4%, respectivamente.

MLR

Em linha com as expectativas sazonais, a taxa de perda médica do setor viu um aumento trimestral de 264 bps, mas uma redução a/a de 370 bps. A melhoria foi impulsionada principalmente por grandes players, que reduziram seu MLR em 395 bps a/a, enquanto os players de médio porte melhoraram em 109 bps a/a.

Em contraste, os players menores experimentaram uma deterioração em seus índices de perdas médicas de 308 bps, o que destaca a posição operacional mais forte dos principais players do setor. É notável que a menor melhoria na sinistralidade por players médios e pequenos seja diretamente atribuível a uma redução nos aumentos de preços, pois essas operadoras relataram uma redução nos custos médicos em uma base ano a ano.

Resultados operacionais e lucro líquido

Sobre lado dos resultados operacionais, o setor registrou uma melhora substancial neste trimestre, imprimindo R$ 611 milhões contra um resultado negativo de R$ 2,646 bilhões no 2T23. Essa melhora foi amplamente impulsionada pelos maiores players, que registraram R$ 1,001 bilhão, enquanto os players médios e pequenos registraram -R$ 251 milhões e -R$ 142 milhões, respectivamente.

Como resultado de tudo o acima mencionado, o setor demonstrou uma grande melhora no lucro líquido de 150% de crescimento a/a. Isso se deveu principalmente aos operadores maiores, que reverteram um prejuízo líquido de R$ 19 milhões no 2T23 para um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões neste trimestre, pois conseguiram registrar o aumento mais significativo no aumento de preços e na evolução da sinistralidade. Em contraste, os players médios e pequenos incorreram em um prejuízo líquido de R$ 441 milhões e geraram um lucro líquido de R$ 1 milhão.

Uma análise mais detalhada dos principais players

A redução no MLR tem sido um foco importante no setor de saúde há algum tempo e agora estamos vendo esse processo sendo abordado de forma eficaz para a Hapvida, com potencial para entrar no estágio final.

Gostaríamos de destacar uma melhoria importante por parte da Hapvida autônoma, que apresentou um MLR de 66,7% em comparação com 71,9% no 2T23. Além disso, a NDI também demonstrou uma melhoria significativa na sinistralidade, que chegou a 75,6% em comparação com 81,2% no 2T23.

Além disso, o desempenho da SulAmérica revela que a empresa tem sido eficaz na implementação de ajustes de preços enquanto executa simultaneamente as limpezas de carteira necessárias.

Considerando isso, a Safra Corretora destaca a melhoria significativa na sinistralidade da SULA, que diminuiu de 88,9% no 2T23 para 86,1%. A Amil registrou a melhoria mais notável, com uma taxa de sinistralidade de 76,9% vs. 103,4% no 2T23. Isso pode ser resultado da estratégia implementada pela nova equipe de gestão.

A Bradesco Saúde também demonstrou crescimento, atingindo uma sinistralidade de 91,3% no 2T24 vs. 93,6% no 2T23. Da mesma forma, o sistema Unimed e a Porto Seguro exibiram tendências positivas neste trimestre, com 83,6% vs. 85,8% no 2T23 e 80,2% vs. 83,9% no 2T23, respectivamente.

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