Poluição mata quase 9 milhões por ano
Estudo mostra que a poluição gerada por combustíveis fósseis está ligada a diversas doenças, inclusive a perda da visão
09/02/2021A poluição gerada pela queima de combustíveis fósseis matou 8,7 milhões de pessoas em todo o mundo em 2018.
Sem as emissões, a expectativa média de vida da população mundial aumentaria em mais de um ano, enquanto os custos econômicos e de saúde globais cairiam quase US$ 3 trilhões.
As informações são de um estudo publicado na revista científica Environmental Research. A pesquisa foi feita em parceria de cientistas das universidades Harvard (Estados Unidos), Birmingham, Leicester e College London (Inglaterra).
O portal britânico The Guardian destacou os principais resultados.
O leste da Ásia, que inclui a China, é a região que mais registra mortes geradas pela poluição no planeta. Em seguida, vêm Europa, América do Norte e
A América do Sul é a quinta região mais afetada por mortes geradas por poluição no mundo, atrás da América Central e Caribe.
Volume de mortes por poluição no mundo
Dados do estudo aos quais o The Guardian teve acesso mostram que mais de 30% das mortes de adultos com 14 anos ou mais no leste asiático podem ser atribuídas à queima de combustíveis fósseis.
Na Europa, é possível conectar quase 17% das mortes das pessoas desta faixa etária à poluição.
A pesquisa das universidades britânicas e de Harvard separa os dados sobre Canadá e EUA, tamanho o volume de mortes relacionadas à poluição nestes dois países.
Mais de 13% dos óbitos de cidadãos canadenses e estadunidenses são atribuídos à queima dos combustíveis fósseis.
Na América do Sul, esse percentual é de quase 8%, quase o mesmo registrado na América Central e região caribenha.
Resultados surpreendentes
Os resultados do estudo surpreenderam os próprios cientistas, que não esperavam números tão expressivos.
Nas conclusões da pesquisa, os cientistas destacam que as mortes causadas pela poluição gerada a partir de combustíveis fósseis supera a soma de óbitos por consumo de tabaco e pela malária.
Os pesquisadores estabeleceram uma relação entre a poluição e doenças cardíacas, respiratórias e até mesmo a perda da visão.
As evidências deixam ainda mais clara a necessidade de se investir em empresas sustentáveis e nas políticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG).
“Inicialmente, ficamos muito hesitantes quando obtivemos os resultados porque eles são impressionantes, mas estamos descobrindo cada vez mais sobre o impacto dessa poluição”, disse ao The Guardian Eloise Marais, geógrafa da University College London e coautora do estudo.