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Valorização de créditos de carbono atrai investidores

Alta de 135% nos preços na Europa nos últimos 12 meses tornaram o mercado de carbono atrativo entre as commodities

Floresta com várias árvores vistas de cima para baixo, alusivo à captura e geração de créditos de carbono

Número de pessoas investindo nos mercados de créditos de carbono europeu e estadunidense cresceu 85% entre 2017 e 2020 | Foto: Getty Images

Um aumento expressivo no preço dos créditos de carbono – certificações de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) – tem atraído investidores de todo o mundo para os ativos.

Reportagem do Wall Street Journal (WSJ) mostra que o valor dos créditos de carbono tiveram um boom de 135% nos últimos 12 meses na Europa.

Mais do que isso, os créditos, que são tratados como commodities, registraram uma série de recordes com a retomada gradual das atividades econômicas pelo mundo em meio à pandemia de covid-19.

A matéria diz que somente a madeira, na esteira da recuperação do mercado imobiliário, se mostrou um investimento melhor no mundo de commodities.

O mercado europeu de créditos de carbono é um dos principais do mundo e é o principal responsável pela atual cobertura comercial de 20% das emissões globais.

Ao WSJ, a Intercontinental Exchange, que hospeda o comércio de créditos de carbono na Europa e nos Estados Unidos, afirmou que o número de pessoas investindo em ambos os mercados cresceu 85% de 2017 a 2020.

Produtos de créditos de carbono em ascensão

A consolidação da agenda de aspectos sustentáveis ESG (ambiental, social e governança) no meio empresarial tem contribuição crucial para o aumento dos preços dos créditos de carbono.

O WSJ exemplifica o boom de investidores no mercado de carbono com o lançamento de um ETF (Exchange Traded Funds), que é comercializado em bolsa de valores, chamado KraneShares Global Carbon (KRBN).

O produto financeiro foi lançado em julho de 2020 e atraiu rapidamente cerca de US$ 400 milhões (mais de R$ 2 bilhões) de investidores.

Segundo Jonathan Shelon, diretor de operações da KraneShares, a demanda pelos créditos de carbono tem crescido constantemente, tanto entre investidores comuns quanto entre os profissionais.

Na visão do especialista, as regulamentações mais rígidas e a pressão sobre as empresas para reduzir as emissões de carbono são os principais motivadores destes investidores.

A matéria traz também outros exemplos de gestoras que têm se destacado com fundos voltados aos créditos de carbono: Kepos Capital, de Nova Iorque (US$ 200 milhões em um único fundo), Northlander Commodity Advisors LLP, de Londres (objetivo de US$ 100 milhões em um fundo) e Carbon Cap Management (US$ 54 milhões).

Surgimento dos mercados de créditos de carbono

Os créditos de carbono são unidades de medida que correspondem a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (t CO2e).

Sua criação, assim como o conceito do mercado desses ativos, vem da assinatura de 192 países no Protocolo de Quioto, em 1997, no Japão.

Porém o mercado de créditos de carbono passou a ganhar força a partir do Acordo de Paris, selado entre 194 países durante a COP-21, cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, na França.

O artigo sexto do acordo prevê a regulação de compra e venda desses ativos entre os países por meio de um mercado. No entanto, em muitos países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda não há regulamentação.

Em novembro, será realizada a COP-26 na cidade de Glasgow, capital da Escócia, onde são esperadas novidades para o setor.

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