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Preço do petróleo sobe para US$ 99 após ataque à Ucrânia

O petróleo do tipo Brent chegou a bater os US$ 105/ barril logo após invasão russa, mas recuou ao longo do dia

Oleoduto

Rússia é responsável por 10% da produção mundial de petróelo | Foto: Getty Images

O coflito na Ucrânia fez o preço do barril do petróleo do tipo Brent, o mais negociado, subir 2,31% nesta quinta-feira, 24, sendo cotato a US$ 99,08. Pela manhã, logo após a invasão russa, a commodity chegou a apresentar alta de 8,4%, chegando a US$ 105,01 o barril. O dólar fechou a R$ 5,1052, com evolução de 2,02% em relação ao dia anterior. O Ibovespa, o principal índice da B3, seguiu o exterior e fechou em queda de 0,37%, aos 111.591,87 pontos. O volume financeiro somou R$ 40,3 bilhões no pregão desta quinta-feira.

Segundo Marcelo de Assis, chefe de pesquisa para a América Latina na Wood Mackenzie, o preço tem essa tendência de alta e pode bater a máxima apurada em 2014, US$ 114 o barril, no curto prazo.

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“Exiete o risco de passar o teto, mas isso está associado também se as sansões do Ocidente serão mais severas, pois, ai o fornecimento de petróleo e gás da Rússia pode cessar”, disse Assis.

Estoque mundial de petróleo está restrito

Hoje, de acordo com ele, o estoque mundial de petróleo está mais justo e não há como a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), ou mesmo os Estados Unidos, suprirem a oferta russa em pouco tempo. “Hoje, a Rússia é responsável por 10% da oferta mundial e mesmo que a Opep aumente a produção gradualmente, não tem como colocar no mercado 10 milhões de barris por dia.”

Assis ressaltou, também, que a Rússia produz 10% do alumínio, 5% do cobre e do cobalto no mundo e o conflito e as sansões comerciais mais severas devem afetar outras commodities. “Isso pode pressionar os preços e consequentemente a inflação mundial.”

Para a Rystad Energy, as cotações só devem subir ainda mais com baixos estoques de armazenamento e interrupções nas exportações, e os preços podem se aproximar de US$ 130 por barril até junho se o conflito ucraniano interromper os fluxos de petróleo russo.

Entre outros reflexos, a Rystad avalia que o aumento de preços também pode levar a Opep a reforçar os suprimentos, talvez a ser anunciado em sua reunião de 2 de março, ou acelerar um acordo iraniano para trazer alívio do lado da oferta.

Outros pontos que o Julius Baer coloca são: “o Ocidente acompanhará a escalada com sanções máximas, apesar do pesado custo econômico que um novo aumento nos preços do petróleo acarreta? Como a China e a Índia se envolverão no conflito, já que também pagam grande parte dos custos econômicos?”

Durante a tarde desta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que seu governo tem adotado medidas para conter os preços no setor de energia. Ele disse que as empresas do setor “não devem se aproveitar a situação” para elevar preços e informou que pode liberar barris adicionais de petróleo das reservas norte-americanas.

Nesta quinta, foi informado que os estoques de petróleo no país subiram 4,514 milhões de barris na semana encerrada em 18 de fevereiro. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta de 300 mil.

Já o minério de ferro mantém estabilidade

Já o minério de ferro ficou estável, mesmo com conflito. Segundo a publicação especializada “Fastmarkets MB”, o minério com 62% de ferro foi negociado no porto chinês de Qingdao, referência mundial, a US$ 137,22 a tonelada. Isso representou uma leve queda de 0,14% no comparativo com o dia anterior.

Essa alta parcial se deve, segundo a Fastmarkets, à venda dos estoques de alguns traders que não vislumbram retomada da produção normal de aço pelas usinas chinesas, mesmo com o fim das Olimpíadas de Inverno. Segundo a Fastmarkets, com isso, as negociações nos mercados portuário e marítimo diminuíram dia a dia. (Com AE)

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