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Preço do crédito de compensação de carbono pode subir 50 vezes até 2050

Estudo aponta que o preço de mercado da tonelada de carbono compensada por uma companhia pode variar de US$ 47 a US$ 120

Paisagem de indústria petroquímica com verde de árvores ao lado e pôr do sol ao fundo, alusivo à compensação de carbono

Créditos de compensação de carbono geram valor a companhias que não conseguem reduzir suas emissões, mas que encontram formas de remover a poluição que produzem | Foto: Getty Images

Cada vez mais importantes no mundo dos negócios, os créditos oriundos de medidas de compensação de carbono podem atingir valores 50 vezes maiores do que os níveis atuais até 2050, segundo o Relatório divulgado pela BloombergNEF (Long-Term Carbon Offset Outlook 2022).

O documento aponta que o preço do crédito de tonelada compensada de carbono pode chegar a US$ 120.

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A depender da forma de compensação, o preço do gás compensado pode ser tão baixo quanto US$ 47/tonelada, segundo o documento.

Os créditos de compensação de carbono geram valor a companhias que não conseguem reduzir suas emissões, mas que encontram formas de remover a poluição que produzem.

Exemplo disso é o fornecimento e o uso de energia limpa para uma parte das operações ou para outros setores, por exemplo.

Conforme o estudo, o resultado final do preço dependerá de quais tipos de medidas das empresas para compensar as emissões de carbono serão elegíveis nos setores econômicos.

Adicionalmente, saber quem serão os principais clientes deste mercado (grandes indústrias, por exemplo) também afetará os preços.

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Riscos de excesso ou insufiência

Segundo a BloombergNEF, caso todas as formas de compensação de carbono continuem a ser validadas, conforme seus próprios métodos, há o risco do mercado ser inflado com créditos que não auxiliem nas metas globais de sustentabilidade.

Na outra ponta, o relatório alerta que se o mercado estiver restrito apenas a um número limitado de ações que sequestram carbono para atingir metas líquidas de zero carbono, haverá oferta insuficiente desses créditos para acompanhar a demanda.

Consequentemente, isso causará aumentos significativos de preços no curto prazo e prejudicará a liquidez.

Se o mercado evoluir para ajudar principalmente os países a atingirem suas metas climáticas em vez das empresas – uma possibilidade delineada na última Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP26) – isso amenizará o déficit de oferta.

Paciência para a evolução das medidas de compensação de carbono

Para Kyle Harrison, chefe de pesquisa de sustentabilidade da BloombergNEF, se o mercado de créditos de compensação de carbono crescer de forma sustentável, pode chegar a movimentar mais de US$ 550 bilhões em meados do século.

Porém, investidores e outros stakeholders (partes interessadas) deverão ter paciência para aprender qual medida é idealista e o que é realista.

"Caso contrário, eles correm o risco de o mercado de compensação se esgotar quando estiver começando", afirma Harrison.

Essa ansiedade pode gerar futuramente lacunas de regulamentação e, com isso, levar o preço da tonelada de carbono compensada muito abaixo.

Nesse sentido, o relatório explica que, com mais flexibilidade para atingir metas de sustentabilidade, as empresas podem acabar por não descarbonizar efetivamente suas operações.

Por fim, caso não haja uma regulamentação apropriada, as companhias podem acabar por promover futuramente apenas ações que compensem um volume cada vez maior de emissões em seu dia a dia.

Logo, isso pode desestimular o desenvolvimento de ações que evitem emissões de carbono à atmosfera.

Todos os detalhes do relatório da BloombergNEF podem ser conferidos neste link.

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