Touro dourado é retirado da porta da Bolsa de Valores
Para Comissão de Proteção à Paisagem Urbana, estátua fere a Lei da Cidade Limpa
23/11/2021A Bolsa de Valores (B3) retirou por volta das 22hs de terça-feira, 23, a estátua Touro de Ouro, instalada em frente ao prédio no Centro de São Paulo.
A retirada foi após a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), anunciar que vai multar a empresa responsável por falta de licença urbanística.
A obra foi embalada em plásticos para evitar danos ao ser içada por um guindaste e levada para local não informado.
Após a retirada do touro, a porta principal da B3 e parte da calçada foi vandalizada com tinta vermelha, em mais um protesto contra o ícole copiado da Bolsa de Nova York.
Segundo a comissão, a instalação ocorreu sem a devida licença infringiu os artigos 39 e 40 da Lei Cidade Limpa.
Além da multa, a comissão decidiu pela remoção da estátua por considerar que ela tem elementos de peça publicitária. A votação foi de cinco votos favoráveis à remoção, quatro contra e uma abstenção.
O valor de multa, de acordo com a CPPU, deve ser definido pela Subprefeitura da Sé, que é responsável pela área onde o monumento está instalado.
Imitação do touro dourado de Wall Street motivou protestos
A peça imitando o Touro Dourado de Wall Street foi alvo de polêmica desde a sua inauguração, na semana passada. A estátua recebeu intervenções em protesto à falta de representatividade da situação econômica e social do Brasil.
A escultura “Charging Bull” (touro atacando), conhecida como Touro de Wall Street, no distrito financeiro de Manhattan, na cidade de Nova York é feita de bronze e foi inaugurada em 1989.
A versão nacional foi instalada na rua XV de Novembro, no centro da capital paulista, onde fica a bolsa brasileira. A B3 informou na manhã de inauguração que a estátua reproduz as características da peça original, que possui 3,4 metros de altura e 4,9 metros de comprimento.
Seus autores, que no lançamento destacavam a semelhança com a escultura de Nova York, porém, passaram a negar que se trata de cópia. Um dos argumentos dos responsáveis para a autencidade foi a escolha para o material: isopor.