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Prévia da inflação em setembro tem a maior alta para o mês em 27 anos

Combustíveis e energia elevam IPCA-15 a 1,14%, maior resultado desde o início do Plano Real. Em 12 meses, indicador ultrapassa 10%

Mão de frentista com bomba de gasolina em carro, alusivo à inflação medida pelo IPCA-15

Resultado da prévia da inflação deste mês é o maior da série histórica desde fevereiro de 2016, quando foi registrada alta de 1,42% | Foto: Getty Images

Pressionado pelos combustíveis, energia elétrica e transportes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação do mês, fechou setembro com alta de 1,14% em setembro.

Assim, o indicador teve o maior resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o indicador acumula alta de 7,02%, e nos últimos 12 meses chega a 10,05%. Além disso, o resultado deste mês é o maior da série histórica desde fevereiro de 2016 (1,42%). O IPCA-15 coletou dados de 16 de agosto a 15 de setembro.

Combustíveis e energia como vilões

O resultado divulgado pelo IBGE veio quase em linha com o esperado pelo Banco Safra: aceleração para 1,09%, atingindo 10% no acumulado de 12 meses.

Gasolina e energia elétrica foram os itens que, individualmente, tiveram o maior impacto no índice, ambos com 0,17 ponto percentual (pp).

Por grupos, as maiores influências vieram de transportes, com alta de 2,22% e impacto de 0,46 ponto percentual; alimentação e bebidas, (1,27% e 0,27 pp); e habitação (1,55% e 0,25 pp).

Nos transportes, a alta dos combustíveis (3%) veio acima da registrada no mês anterior (2,02%). A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses.

Os demais combustíveis também apresentaram altas: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%).

No grupo, destaca-se ainda a alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 28,76% em setembro, exercendo o terceiro maior impacto (0,11 pp) no IPCA-15 do mês.

Evolução do IPCA-15, prévia da inflação, entre outubro de 2020 e o mês presente | Fonte: IBGE
Evolução do IPCA-15 entre outubro de 2020 e o mês presente | Fonte: IBGE

Inflação na alimentação

Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro.

Os preços das carnes subiram 1,10% e contribuíram com 0,03 p.p. de impacto.

Subiram também os preços da batata-inglesa (10,41%), café moído (7,80%), frango em pedaços (4,70%), frutas (2,81%) e leite longa vida (2,01%).

Por outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).

Energia elétrica

Já o grupo habitação foi puxado mais uma vez pela alta na energia elétrica (3,61%),embora ela tenha desacelerado em relação a agosto (5%).

No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos.

A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.

Inflação por região

Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em setembro.

O menor resultado foi em Fortaleza (0,68%), influenciado pela queda nos preços do tomate (-14,35%), das carnes (-0,94%) e dos produtos farmacêuticos (-0,91%).

Já a maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%), onde pesaram as altas da gasolina (5,90%) e da energia elétrica (4,92%).

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