Prévia da inflação em setembro tem a maior alta para o mês em 27 anos
Combustíveis e energia elevam IPCA-15 a 1,14%, maior resultado desde o início do Plano Real. Em 12 meses, indicador ultrapassa 10%
24/09/2021Pressionado pelos combustíveis, energia elétrica e transportes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação do mês, fechou setembro com alta de 1,14% em setembro.
Assim, o indicador teve o maior resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o indicador acumula alta de 7,02%, e nos últimos 12 meses chega a 10,05%. Além disso, o resultado deste mês é o maior da série histórica desde fevereiro de 2016 (1,42%). O IPCA-15 coletou dados de 16 de agosto a 15 de setembro.
Combustíveis e energia como vilões
O resultado divulgado pelo IBGE veio quase em linha com o esperado pelo Banco Safra: aceleração para 1,09%, atingindo 10% no acumulado de 12 meses.
Gasolina e energia elétrica foram os itens que, individualmente, tiveram o maior impacto no índice, ambos com 0,17 ponto percentual (pp).
Por grupos, as maiores influências vieram de transportes, com alta de 2,22% e impacto de 0,46 ponto percentual; alimentação e bebidas, (1,27% e 0,27 pp); e habitação (1,55% e 0,25 pp).
Nos transportes, a alta dos combustíveis (3%) veio acima da registrada no mês anterior (2,02%). A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses.
Os demais combustíveis também apresentaram altas: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%).
No grupo, destaca-se ainda a alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 28,76% em setembro, exercendo o terceiro maior impacto (0,11 pp) no IPCA-15 do mês.
Inflação na alimentação
Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro.
Os preços das carnes subiram 1,10% e contribuíram com 0,03 p.p. de impacto.
Subiram também os preços da batata-inglesa (10,41%), café moído (7,80%), frango em pedaços (4,70%), frutas (2,81%) e leite longa vida (2,01%).
Por outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).
Energia elétrica
Já o grupo habitação foi puxado mais uma vez pela alta na energia elétrica (3,61%),embora ela tenha desacelerado em relação a agosto (5%).
No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos.
A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.
Inflação por região
Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em setembro.
O menor resultado foi em Fortaleza (0,68%), influenciado pela queda nos preços do tomate (-14,35%), das carnes (-0,94%) e dos produtos farmacêuticos (-0,91%).
Já a maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%), onde pesaram as altas da gasolina (5,90%) e da energia elétrica (4,92%).