Produção de motos tem pior bimestre em 21 anos
Redução da jornada de trabalho derivada do combate a pandemia afetou a produção no polo industrial de Manaus, no Amazonas
11/03/2021
Acumulado da produção caiu 38,6% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado | Foto: Getty Images
Limitada por restrições do combate à pandemia que obrigaram as fábricas a reduzir a jornada de trabalho, a produção de motos caiu 38,6% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
No total, 58 mil motos foram produzidas no mês passado, com crescimento de 8,2% sobre a base fraca de janeiro.
A produção do primeiro bimestre, um total de 111,6 mil motos, foi a menor para período equivalentes em 21 anos.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 11, pela Abraciclo, entidade que representa as montadoras de motocicletas instaladas no polo industrial de Manaus.
Colapso da saúde e da produção de motos
No início do ano, o sistema público de saúde da capital do Amazonas entrou em colapso com a falta de oxigênio em hospitais.
Além das restrições de funcionamento, a produção foi comprometida pela falta de peças nas linhas de montagem.
Maior montadora de motos do País, a Honda suspendeu a produção entre 25 de janeiro e 3 de fevereiro, dando férias coletivas a operários e funcionários de áreas administrativas.
O mesmo aconteceu para a fábrica da Honda de automóveis de Sumaré, no interior de São Paulo.
Ao comentar o resultado, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, disse que a adequação de turnos de trabalho nas fábricas para atender ao toque de recolher decretado pelo governo amazonense impediu que a curva de produção, em alta nos últimos meses de 2020, continuasse crescente.
Com o relaxamento das restrições no mês passado, a intenção agora é acelerar a produção para reduzir a fila de espera por aproximadamente 150 mil motocicletas que se formou nas concessionárias. (AE)