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Produção industrial recua em sete Estados

Maior queda foi observada em Pernambuco (-12%), que eliminou parte do crescimento de 6,1% registrado no mês de julho

Soldador em pleno trabalho com luzes de faísca de metal, alusivo á produção industrial do Brasil de agosto

Produção industrial teve recuo em sete dos 15 locais inclusos na Pesquisa Industrial Mensal, sendo a maior queda observada em Pernambuco (-12%) | Foto: Getty Images

A produção industrial do Brasil teve recuo em sete dos 15 locais inclusos na Pesquisa Industrial Mensal de agosto, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior queda foi observada em Pernambuco (-12%), que eliminou parte do crescimento de 6,1% de julho, informou o IBGE nesta sexta-feira, 8. Em seguida, veio Minas Gerais, com retração de 0,9% na indústria.

Em âmbito nacional, a produção industrial encolheu 0,7% na passagem de julho para agosto, sendo a terceira taxa negativa consecutiva. O último crescimento foi registrado em maio (1,2%).

No entanto, mesmo com o resultado de agosto, seis locais estão acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020:

  • Minas Gerais (10,3%, que desde julho do ano passado é o único local que se mantém na lista)

  • Santa Catarina (4,9%)

  • Paraná (1,8%)

  • Rio de Janeiro (1,4%)

  • Amazonas (1%)

  • São Paulo (0,1%)

A pandemia da covid-19 ainda influencia a retomada do setor industrial, avalia Bernardo Almeida, analista da pesquisa, que explica que os custos de matéria-prima estão altos e há falta de abastecimento de certos insumos.

“Há também uma diminuição no consumo, com inflação crescente, o que contribui para diminuir o poder de compra das famílias. Tudo isso impacta na cadeia produtiva, afetando a tomada de decisão tanto por parte dos produtores quanto dos consumidores”, afirma.

Influências negativas sobre a produção industrial

Pernambuco foi o local com a maior influência no resultado de agosto e também a maior queda absoluta, pressionado pelo desempenho negativo do setor de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e higiene pessoal.

“Trata-se de uma indústria bastante característica do estado, e por isso, bastante influente”, explica o analista.

O setor de outros produtos químicos também ajudou a pressionar o resultado local.

Foi a queda mais intensa para Pernambuco desde abril de 2020 (-18,9%), quando o País vivia o auge do isolamento social para tentar conter a pandemia.

A segunda influência negativa no resultado nacional veio de Minas Gerais (-0,9%), onde o setor de veículos automotores e o setor de alimentos pressionaram para a indústria mineira marcar a terceira taxa negativa seguida, com perda acumulada de 4,6%.”

Espírito Santo (-3,7%), Região Nordeste (-3,5%), Mato Grosso (-2,3%) e Rio Grande do Sul (-1,0%) registraram quedas mais intensas do que a média nacional.

Goiás (-0,3%) completa o conjunto de locais com resultados negativos no mês.

Destaques positivos

Pelo lado das altas, destaque para Amazonas (7,3%) e Pará (7,1%), que apontaram os maiores crescimentos – em termos de influência, as posições se trocam: Pará em primeiro, Amazonas em segundo.

Na indústria amazonense, o resultado de agosto recupera parte da queda de julho (-13,2%), graças ao bom desempenho do setor de bebidas e do setor de outros equipamentos de transportes.

Já o parque industrial paraense interrompe três meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 9,7%.

O bom desempenho local deve-se, principalmente, ao resultado dos setores extrativo e de metalurgia.

Santa Catarina (1,9%), Paraná (1,5%), Rio de Janeiro (1,3%), São Paulo (0,4%) e Bahia (0,3%) completam a lista dos locais com resultados positivos em agosto.

Já o Ceará repetiu o patamar de julho e teve variação nula.

Em relação a agosto de 2020, nove locais têm queda

Na comparação com agosto do ano passado, cuja queda nacional também foi de 0,7%, nove dos 15 locais pesquisados registraram queda na produção industrial:

  • Região Nordeste (-17,2%)

  • Bahia (-13,8%)

  • Pernambuco (-13,5%)

  • Pará (-6,2%)

  • Ceará (-5,6%)

  • Goiás (-3,4%)

  • Mato Grosso (-2,1%)

  • Amazonas (-1,5%)

  • Rio Grande do Sul (-1,5%)

Pelo lado das altas, despontaram Paraná (8,7%) e Minas Gerais (6,5%). Completam a lista de crescimento também:

  • Espírito Santo (6%)

  • Santa Catarina (5,8%)

  • Rio de Janeiro (1,4%)

  • São Paulo (0,9%)

Vale citar que agosto de 2021 teve 22 dias úteis, um a mais do que agosto de 2020 (21 dias). (Com Agência IBGE)

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