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Produção industrial cresce pelo quarto mês seguido

Indústria tem expansão de 0,3% na comparação mensal e de 0,5% em relação a 2021, puxada pelos setores de máquinas e veículos

Indústria de máquinas com homem de costas de macacão monitorando com tablet na mão, alusivo à produção industrial de maio

No ano, a produção industrial brasileira acumula alta de 2,6% e, em 12 meses, de 1,9% | Foto: Getty Images

A produção industrial cresceu 0,3% na passagem de abril para maio, quarto resultado positivo consecutivo – fevereiro (0,7%), março (0,6%), abril (0,2%) – acumulando nesse período alta de 1,8%. No ano, a indústria acumula alta de 2,6% e, em 12 meses, de 1,9%.

Porém, o resultado da produção industrial de maio ainda não foi suficiente para eliminar o recuo de 1,9% registrado em janeiro e o saldo ainda é negativo em 0,1% em 2022.

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Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira, 5, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No resultado de maio, verificou-se um comportamento predominantemente positivo, uma vez que três das quatro grandes categorias econômicas e 19 das 26 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção.

No entanto, com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

“De uma maneira geral, há uma melhora no desempenho da indústria nos últimos quatro meses que pode estar relacionada às medidas de incremento da renda implementada pelo governo (liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º para aposentados e pensionistas). Isso pode estar trazendo algum impacto positivo para o setor industrial, além da evolução no mercado de trabalho com a redução da taxa de desocupação. São fatores que devem ser considerados para entender o comportamento positivo da indústria nesse momento” analisa André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal.

Mas ele ressalva que, no computo geral, a indústria ainda se recente de fatores observados mês a mês que limitam a recuperação das perdas do passado, como inflação em patamares mais elevados reduzindo a renda das famílias, taxa de juros alta encarecendo o crédito e o mercado de trabalho que ainda permanece com a característica de uma massa de rendimentos que não mostra avanço.

“O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção. Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses.”, diz Macedo.

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Crescimento da produção industrial em maio por atividades

Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por máquinas e equipamentos (7,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%), com ambas voltando a crescer após recuarem no mês anterior: -3,1% e -4,6%, respectivamente.

“Essas duas atividades vinham de queda nos meses anteriores. No setor de máquinas e equipamentos observa-se comportamento positivo em máquinas para indústria, agricultura e construção. Já na atividade de veículos automotores destacam-se os impactos positivos em automóveis, caminhões e autopeças”, diz o gerente da PIM.

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram das seguintes atividades:

  • Produtos alimentícios (1,3%);
  • Produtos de couro, artigos para viagem e calçados (9,4%);
  • Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,5%);
  • Outros equipamentos de transporte (10,3%);
  • Produtos diversos (9%);
  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (7,5%);
  • Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,6%).

Por outro lado, entre as sete atividades com redução na produção industrial em maio, indústrias extrativas (-5,6%) e outros produtos químicos (-8%) exerceram os principais impactos, com ambas eliminando parte do ganho acumulado no período fevereiro-abril de 2022: 6,4% e 12%, respectivamente.

“As duas atividades vinham de uma base de comparação mais alta, após três meses de resultados positivos em sequência. Mas em maio os três principais itens do setor extrativo – petróleo, gás e minério – tiveram queda”, completa Macedo.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a abril de 2022, bens de capital (7,4%) e bens de consumo duráveis (3%) tiveram as taxas positivas mais acentuadas em maio de 2022, com ambas voltando a crescer após recuarem em abril: -6,8% e -5,3%, respectivamente.

O setor de bens de consumo semi e não duráveis (0,8%) também cresceu, mas com ritmo abaixo do verificado no mês anterior (2,3%).

Por outro lado, o segmento de bens intermediários (-1,3%) apontou a única taxa negativa em maio de 2022, interrompendo, dessa forma, três meses consecutivos de avanço na produção, período em que acumulou expansão de 3,8%.

Produção cresceu 0,5% em relação a maio de 2021

Frente ao mesmo mês de 2021, a indústria avançou 0,5%, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 12 dos 26 ramos, 34 dos 79 grupos e 47,2% dos 805 produtos pesquisados.

Vale citar que maio de 2022 (22 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (21).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (5,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (2,2%) assinalaram, em maio de 2022, as taxas positivas entre as grandes categorias econômicas.

Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (-2,1%) e de bens intermediários (-0,9%) apontaram os recuos nesse mês.

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