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Quarta onda na Europa ameaça 700 mil vidas

Organização Mundial de Saúde alerta para a ameaça da quarta onda de covid diante do baixo índice de vacinação

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Quarta onda da pandemia ameaça reduzir a circulação de viajantes entre os países europeus, ameaçando ainda mais a frágil recuperação econômica | Foto: Getty Images

A Organização Mundial de Saúde alerta que a Europa pode ter mais 700 mil mortes por coronavírus nos próximos meses, em meio à quarta onda de pandemia, chegando à marca de 2,2 milhões de vidas perdidas para a doença em março de 2022.

Segundo previsão da agência da ONU, os leitos hospitalares de 25 países estarão sob alta ou extrema pressão em 1.º de março. O mesmo deve ocorrer com as UTIS em 49 dos 53 países que fazem parte da zona europeia da OMS (que inclui Rússia e outras ex-repúblicas soviéticas, além da Turquia).

“Na última semana, as mortes registradas pela covid-19 aumentaram para quase 4.200 por dia na região europeia, o que é o dobro das 2.100 mortes diárias registradas no final de setembro”, destacou a OMS. “A situação é muito grave”, afirmou o diretor regional da agência na Europa, Hans Kluge, apelando à reintrodução das medidas de distanciamento, higiene e uso de máscaras.

A Europa enfrenta a altamente contagiosa variante Delta – detectada originalmente na Índia. Apesar disso, diversos países afrouxaram suas restrições sanitárias.

A vacinação também vem sendo um problema. Na União Europeia, 67,7% da população está totalmente vacinada, embora os países do continente tenham há muito tempo doses suficientes para imunizar toda sua população.

Taxa de imunização baixa aumenta risco de quarta onda na Europa

Há uma verdadeira divisão entre o leste e o oeste europeu, segundo dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças. Na Europa Oriental, as taxas de imunização são extremamente baixas: 53% na Polônia, 45% na Eslováquia, 35% na Romênia e 24% na Bulgária. A

Europa Ocidental tem melhores taxas de vacinação, embora os dados dentro dela não sejam homogêneos. Irlanda, Portugal, Dinamarca e Espanha, por exemplo, vacinaram cerca de 75% de suas populações; Holanda, 68%; Alemanha, 67%; Grécia, 61% e Áustria, 58%.

Enquanto isso, a incidência cumulativa está avançando rapidamente e ultrapassa mil casos em países como Bélgica, Holanda, Irlanda, Áustria, República Checa, Eslovênia e Croácia, segundo dados de segunda-feira do observatório britânico Our World in Data.

Temendo os efeitos da quarta onda, vários países da UE já começaram a aumentar as restrições para tentar conter as infecções.

A Áustria impôs um lockdown nacional, a Bélgica tornou o home office obrigatório novamente e a Grécia passou a impedir os não vacinados de entrar em locais de lazer e entretenimento. As novas restrições, em alguns casos mais rígidas, e a pressão sobre os não vacinados provocaram protestos em vários países.

A diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS, a médica brasileira Mariângela Simão, disse – em evento da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia de covid-19, não apenas a Europa.

Restrições ameaçam recuperação frágil

As novas restrições podem minar a frágil recuperação econômica da Europa, que viu seu desempenho econômico ser reduzido em 15% nos primeiros meses de 2020, quando governos aplicaram lockdowns rígidos para tentar conter a pandemia.

Sustentada por uma série de ajudas do governo para empresas e cidadãos desempregados, a maioria dos países do bloco conseguiu se levantar novamente e recuperar suas perdas, principalmente após a introdução das vacinas.

Mas agora a quarta onda da pandemia ameaça reduzir a circulação das pessoas em centros comerciais, desencorajar viagens e reduzir a frequência em restaurantes e bares. Mas a previsão ainda é positiva, com um crescimento anual em torno de 5%. (AE)

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