Queda de commodities no exterior afeta Ibovespa
O minério de ferro caiu 6,39% no porto chinês de Qingdao, para US$ 130,12; Já o petróleo mantém trajetória negativa
17/02/2022O recrudescimento das preocupações geopolíticas por conta da crise entre Rússia e Ucrânia gera cautela nos mercados internacionais, atingindo principalmente os índices futuros de ações de Nova York para baixo e o dólar para cima, estimulando um movimento de realização de lucros no Ibovespa.
Vindo de uma série de sete altas seguidas, o índice Bovespa ainda é penalizado pelo recuo das commodities. ÀS 15h30, o Ibovespa recuava 1,13%, renovando a mínima a 113,882 pontos.
“Investidores ainda buscam o que há de mais concreto e real nas tensões entre a Rússia e a Ucrânia. Há muita desinformação sobre isso”, observa em comentário a clientes e à imprensa o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.
Há instantes, o presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen afirmou que a autoridade da União Europeia (UE) ainda não viu sinais de desescalação da atividade militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia, reiterando alertas de autoridades dos Estados Unidos, Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da própria Ucrânia.
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Após cair quase 2%, de olho nas tensões geopolíticas e em avanço nas negociações sobre o acordo nuclear com o Irã, o petróleo diminuiu há instantes o ritmo de queda, com as ações da Petrobras testando alta. O minério de ferro, por sua vez, caiu 6,39% no porto chinês de Qingdao, para US$ 130,12 a tonelada, em meio a medidas da China para conter especulações dos preços. Os papéis da Vale cedem, às 15h30, 3,35%, afetando as ações do segmento no Ibovespa.
Ibovespa subiu 0,31% na quarta-feira
Na quarta, o índice Bovespa fechou em alta de 0,31%, aos 115.180,95 pontos, em meio à queda do dólar ante o real para R$ 5,1279, após interpretação de muitos especialistas de um tom menos duro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em sua ata de política monetária. O entendimento é de que o Fed deve mesmo começar a subir o juro americano em março, em 0,25 pontos porcentual, e não a um ritmo não tão agressivo. Agora, os investidores esperam dados de auxílio-desemprego semanal dos EUA e dados de moradias, além de discursos de membros do Fed e do Banco Central Europeu (BCE).
Na avaliação de Bandeira, do Modal, certamente há espaço para realização de lucros de curto prazo do Ibovespa. “Mas seria bom não perder o patamar conquistado de 115 mil pontos, ou pelo menos não nos afastarmos tanto disso”, pondera. Vale lembrar que o nível do fechamento do índice Bovespa na quarta-feira já superara o melhor patamar visto até então, que era o de 115.061,97 pontos (16/9/2021).
Dólar apresenta pequena alta
O dólar amplia discretamente alta no mercado local, sem renovar máximas, após a divulgação de indicadores da economia norte-americana piores que o esperado pelo mercado. Antes dos dados, a moeda oscilava ao redor dos R$ 5,13 no mercado à vista.
Às 10h46, o dólar à vista subia 0,46%, a R$ 5,1514. O dólar para março subia 0,16%, a R$ 5,1585.
Os ajustes no câmbio acompanham um ligeiro fortalecimento do índice DXY, que compara o dólar ante seis divisas principais, após os dados.
As construções de moradias iniciadas nos EUA caíram 4,1% em janeiro ante dezembro, bem mais que a previsão dos economistas (-0,7%). Já os pedidos de auxílio-desemprego subiram 23 mil, a 248 mil na semana, ante projeções dos analistas de avançariam menos (para 218 mil solicitações).
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA da semana anterior foram revisados para cima também, de 223 mil a 225 mil. (AE)