Setor financeiro: balanços devem mostrar maior sinistralidade das seguradoras
Banco Safra destaca preferência por ações de beta elevado no setor financeiro, pois espera maiores sinistralidade para seguradoras
22/07/2024
O Banco Safra destaca que todas as seguradoras devem ficar abaixo das estimativas do mercado | Foto: Getty Images
A temporada de resultados do segundo trimestre para as empresas de serviços financeiros começa em 1º de agosto com Cielo. O Banco Safra destaca preferência por ações de beta elevado, pois espera maiores sinistralidade para seguradoras. Confira os destaques da análise do Safra sobre os resultados do setor:
Seguros: Em relação às seguradoras, no segundo trimestre, muitas partes móveis devem estar no centro das atenções, enquanto a abertura nas curvas de juros pode pesar nos números de junho. O Safra informa que não favoreceria nenhuma das seguradoras neste trimestre, pois acredita que todas devem ficar abaixo as estimativas do mercado.
- Os volumes da BB Seguridade ainda devem ser fracos, já que o plano de safra 2024/25 só deverá ajudar a partir de julho e o índice de perdas deve vir maior vs. o 1T. O Safra espera R$1,845 bilhão em lucro líquido, -4,7% vs. consenso.
- A Caixa Seguridade divulgou um efeito extraordinário da taxa de perda do crédito vitalício, que deve pesar no resultado final. Além disso, as baixas contribuições para a previdência e algum impacto da inundação no Rio Grande do Sul devem ter um impacto nos resultados do 2T. O Safra projeta um lucro líquido de R$828 milhões, -13,1% vs. consenso.
- Porto deverá ter seu pior trimestre do ano, pois espera-se que os resultados sejam impactados não apenas pelas inundações do Rio Grande do Sul (como já parcialmente visto nos dados de maio da SUSEP) mas também por maior sinistralidade no segmento Saúde devido ao surto de dengue e alguns casos de COVID-19 em São Paulo. Os resultados financeiros também podem mostrar o impacto do alargamento da curva de rendimento em junho. O Safra espera um resultado final de R$ 496 milhões, -4,7% vs. consenso.
- Por fim, IRB (Re) deverá entregar um resultado sequencialmente fraco (-53% no t/t, a R$42 milhões), também impactado negativamente pela sinistralidade relacionada ao Rio Grande do Sul, custos de aquisição e uma contribuição menor dos resultados financeiros. O Safra nota que, devido ao cronograma esperado desses sinistros, o terceiro trimestre deve apresentar resultados mais fracos, potencialmente consumindo a margem operacional e possivelmente levando a uma perda líquida.
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Pagamentos: O Pagbank deve continuar a mostrar volumes fortes, enquanto o Safra espera que a Stone se recupere de um 1T confuso. O banco já revisou os modelos para incorporar um nível mais alto de despesas operacionais, e acredita que os resultados do trimestre não devem se desviar muito dos previstos (como no trimestre passado).
- PagBank: TPV deverá crescer 25,8% no ano, levando a um lucro bruto de R$ 1,832 bilhão, com uma ligeira queda na taxa de tomada, mas uma margem bruta confortável de 40,8% (em linha com o guidance de >40%). Ainda não se esperam grandes surpresas em empréstimos, pois a empresa sugeriu que aumentaria seu foco no crédito a partir do 2S24. O lucro líquido (não GAAP) é previsto em R$537 milhões, na linha de consenso.
- Stone: O MSMB TPV deve permanecer perto do topo do guidance (12,0%-17,6% a/a para 2024) em 17,0% a/a, e o Safra não espera grandes movimentos na taxa de tomada. As despesas com vendas devem diminuir em R$20 milhões em relação ao gasto com um programa de TV no primeiro trimestre. Apesar do aumento da força de vendas do setor, esperamos que a redução em outros custos compense esse aumento no 2T. Com um saldo de R$680 milhões já divulgado nos dados da FIDC, vemos uma ligeira
expansão dos depósitos para R$6,26 bilhões (+4,6% no t/t), em rota de cumprimento das expectativas para o ano. O Safra espera um resultado de R$478 milhões, -1% vs. consenso.
- Cielo. Finalmente, a Cielo deve entregar um resultado fraco, principalmente devido ao TPV, que deve crescer a uma taxa de um único dígito (+2% a/a). O Safra destaca a base de comparação mais difícil no último trimestre, já que os resultados da Cielo foram beneficiados pelo pagamento do JCP. Assim, os lucros recorrentes podem cair 18% no ano, para R$397 milhões, 4,5% acima do consenso.
B3. Os resultados devem ser ligeiramente melhores do que o esperado, como evidenciado pelo desempenho da ação após a divulgação dos dados mensais de junho. O Safra nota que a amortização dos ativos intangíveis da aquisição do CETIP terminou no 1T24, portanto a linha de base para os resultados deve ser maior agora. O Safra estima a receita líquida ajustada de R$1,195 bilhão (em linha com o consenso) e um EBITDA de R$1,669 bilhão (margem de 71,3%).

