Reajuste de tarifa da Light fica acima do esperado pelo mercado

Na quarta-feira, 16, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a Revisão Tarifária da Light (LIGT3) e nesta quinta-feira foram publicadas as notas técnicas finais. O reajuste foi de 14,68% ante um aumento estimado de 10,61%.

Os principais destaques foram: a Base de Ativos Líquidos ficou 5,2% abaixo das nossas estimativas e 3,4% abaixo dos números anteriores; o Ebitda Regulatório ficou 7,1% abaixo das estimativas do Banco Safra e 5,8% abaixo dos números anteriores; as perdas regulatórias não técnicas foram 187bps (inicial) e 44bps (meta) acima das estimativas do banco; o fator X de -1,92% foi um resultado positivo da revisão.

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Além disso, os componentes financeiros ficaram negativos em R$ 199 milhões, reduzindo o reajuste final em 1,61%, já computado nos 14,68% anunciados.

Nesta quinta-feira, a empresa realizou uma teleconferência para discutir os resultados da revisão tarifária. Os principais destaques foram: os créditos tributários de PIS/Cofins não devem afetar o desempenho da empresa; os resultados das iniciativas de redução de perdas na área de concessão devem ocorrer em 3 a 4 anos; a empresa está trabalhando para renovar sua concessão DisCo (que deve expirar em 2026); estão atualmente em processo de rolagem de suas dívidas; a alavancagem deve aumentar no resultado do quarto trimestre de 2021 principalmente devido a efeitos não recorrentes no mesmo périodo de 2020; e cada spread de 100bps entre perdas regulatórias totais e perdas reais corresponde a aproximadamente a R$ 95 milhões do Ebitda da Light.

O banco ressaltou que embora as perdas regulatórias e o X-Factor tenham sido resultados positivos da revisão, a Base de Ativos Líquidos e o Ebitda Regulatório ficaram abaixo das expectativas.

Para o Safra, deve haver uma reação ligeiramente negativa do mercado, por isso, mantém a postura de cautela em relação à Light, pois acredita-se que a empresa ainda tem muitos desafios operacionais pela frente.

O banco pondera, também, que mesmo com as perdas regulatórias mais altas e fator x negativo sejam resultados positivos do processo de revisão, não deverá haver níveis de perdas superiores para a Light. Para o Safra, a empresa ainda tem uma longa reviravolta a ser concluída.

Pontos positivos

• Depende de uma melhoria sustentada na geração de caixa decorrente de menores taxas de inadimplência e nível de perdas de energia;
• Processo bem-sucedido de revisão tarifária, onde eles aumentaram as perdas regulatórias de energia, criando valor para a empresa.

Riscos

• Condições de revisão tarifária desfavoráveis;
• Aumento das taxas de perda de energia;
• Deterioração das condições sociais;
• Não renovação do contrato de concessão, o que poderia abrir uma grande discussão sobre o ressarcimento da base de ativos regulatórios, com resultado e prazo incertos.

Sobre a Light

A Light é uma empresa integrada do setor de energia elétrica no Brasil, atuante nos segmentos de geração, distribuição e comercialização de energia.

O Estado do Rio de Janeiro tem área de 43.781 quilômetros quadrados e população de aproximadamente 17,2 milhões de pessoas. A área de concessão da Companhia abrange cerca de 26% (11.307 mil quilômetros quadrados) do Estado e comporta uma população de 11 milhões de pessoas, representando 64% da população total do Estado do Rio de Janeiro. Dos 92 municípios do Estado, com um total de 7 milhões de consumidores de energia elétrica, a Companhia atua em 31 municípios, representando 34% dos municípios totais, e possui uma base de cerca de 4,5 milhões de clientes. O Estado do Rio de Janeiro possui o segundo maior PIB do Brasil.