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Real se sai bem em dia de alta geral do dólar no exterior

No Brasil, o dólar ficou perto da estabilidade, enquanto em alguns emergentes a moeda americana subiu mais de 1%; O Ibovespa subiu 0,89%

dólar e real

Com trocas de sinais ao longo do dia, a moeda americana chegou até a furar a barreira dos R$ 5,40 e fechou em R$ 5,43 | Foto: Getty Images

A sessão desta quarta-feira, 29, foi marcada por mais uma rodada de amplo fortalecimento global do dólar a despeito da recuperação parcial hoje das Bolsas em Nova York, após as perdas expressivas da terça-feira.

No Brasil, o dólar terminou o dia perto da estabilidade, com alta de 0,08%, cotado a R$ 5,43.

Foi um desempenho muito melhor que seus pares no mundo emergente. O dólar subiu mais de 1% frete o peso mexicano e o rand sul-africano.

O real foi o destaque positivo da turma depois de ficar na rabeira entre as divisas emergentes nos últimos tempos, muito por causa dos problemas fiscais e políticos domésticos.

Dólar encerra o dia cotado a R$5,43

Com trocas de sinais ao longo do dia, o dólar chegou até a furar a barreira dos R$ 5,40, descendo até a mínima de R$ 5,3929 (-0,58%) no início da tarde. Na máxima, registrada também no período vespertino, o dólar atingiu R$ 5,4464 (+0,41%).

No fim do dia, o dólar era cotado a R$ 5,4303, em alta de 0,11%.  O dólar encerrou com valorização de 0,08%, cotado a R$5,43. O euro caiu 0,73%, a R$6,29.

Em que pese o vaivém das cotações, a oscilação se deu em um intervalo pequeno, de cerca de cinco centavos. A moeda americana agora acumula valorização de 1,62% na semana e de 5% em setembro.

Ibovespa sobe 0,89% e fecha em 111,1 mil pontos

O Ibovespa fechou a quarta-feira em alta de 0,89%, aos 111.107 pontos. O S&P 500 ganhou 0,16%, aos 4.359 pontos.

Real vinha em fase de pior desempenho entre as divisas emergentes

Segundo analistas, as disputas em torno da formação da última taxa Ptax de setembro, na quinta, e fatores técnicos no mercado futuro deram algum fôlego à moeda brasileira. Nunca é demais lembrar que o real vinha tendo o pior desempenho entre as divisas emergentes nos últimos tempos, o que ajuda a explicar a resistência da moeda brasileira nesta quarta.

Além disso, comenta-se que o mercado está tecnicamente mais leve. Dados da corretora Renascença mostram que na terça os fundos locais reduziram suas posições vendidas em dólar futuro em 18,800 contratos (US$ 940 milhões), tendo estrangeiros e bancos na contraparte. Avaliava-se nas mesas de operação nos últimos dias que o mercado de câmbio estava muito pressionado justamente por desmonte de apostas vendidas dos fundos, o que turbinava o dólar futuro.

Economia americana

Dados positivos da economia doméstica também teriam amenizado as pressões sobre a taxa de câmbio nesta quarta. O Banco Central informou pela manhã que o setor público consolidado teve superávit primário de R$ 16,729 bilhões em agosto, enquanto a mediana de Projeções Broadcast era de déficit de R$ 10,6 bilhões. Do lado da inflação, boa notícia com queda de 0,64% do IGP-M em setembro, após alta de 0,66% no mês anterior. Já o Caged apontou geração líquida de 372.265 vagas em agosto, acima do esperado (330 mil vagas, segundo Projeções Broadcast).

Pela manhã, o mercado absorveu a oferta total de 14 mil contratos (US$ 700 milhões) do leilão extra de swap cambial (para o overhege dos bancos), o que, segundo operadores, ajuda a dar alguma sustentação ao real no curto prazo.

O mercado segue de olho na tramitação da PEC dos Precatórios, essencial para que o governo coloque em pé o Auxílio Brasil em 2022 (nova versão do Bolsa Família), e monitora os rumores de extensão do auxílio emergencial, cuja fonte de receita (crédito suplementar) fica fora do teto de gastos. (AE)

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