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Receita da indústria de medicamentos cresce 14,5% em 2021

Somente no varejo, a indústria farmacêutica faturarou R$ 88,27 bilhões no ano passado, com expansão acima da esperada

Medicamentos

Fabricantes de medicamentos esperam reajuste de preços em torno de 10% em 2022 | Foto: Getty Images

A venda de medicamentos para hospitais puxou o faturamento acima do esperado da indústria farmacêutica no ano passado. O crescimento na receita, segundo o Sindicatos Nacional da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), foi da ordem de 14,5%, sendo que a estimativa era de alta de 10%. Em 2021, as empresas do setor faturaram, somente com as vendas em farmácias, R$ 88,27 bilhões. Em 2020, o valor foi de R$ 77,29 bilhões.  

“As pessoas voltaram a se tratar principalmente de doenças oncológicas, e o faturamento total do setor chegou perto de R$ 110 bilhões, somente no hospitalar foi cerca de R$ 20 bilhões em receita”, disse Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma. “O que puxou essa alta acima do esperado foi mais o mix de produtos do que os reajustes de preços dos medicamentos”, afirma. 

De acordo com os dados do Sindusfarma, as vendas de remédios em farmácias chegaram a 4, 94 bilhões de unidades em 2021, uma evolução de 4% em relação ao ano anterior. Em 2021, a alta no volume comercializado no varejo, conforme Mussolini, foi impulsionado pelo segmento de vitaminas e medicamentos antigripais.  

“Hoje, a concorrência é muito grande, e por incrível que pareça, as pessoas pechincham na hora de comprar o remédio e isso derruba o preço”, comenta o executivo. “A indústria não consegue repassar os reajustes anunciados pelo governo”, acrescenta. A expectativa do mercado é de que o aumento nos preços, a partir de abril, fique em torno de 10%.   

Indústria de medicamentos espera crescimento de até 10% em 2022

Para este ano, Mussolini estima que o setor não deve manter o ritmo de crescimento acima de 10% na receita. “Dificilmente vamos manter uma evolução de dois dígitos, e nossa expectativa é de uma alta de 9 a 10%”, disse.

“Janeiro foi um mês bom, principalmente com o avanço da variante ômicron, mas esta expansão não deve se manter, pois teremos um ano complicado, principalmente pela evolução dos custos”. 

Segundo ele, as despesas, principalmente com matérias-primas dos medicamentos, não devem retornar aos patamares vistos em 2019, no período pré-pandemia.

“De 2020 para cá, os custos, que são em sua maioria dolarizados, aumentaram de forma astronômica”, afirma. “Esta situação não deve mudar, pois não acreditamos que o dólar possa cair neste ano e isso pode ter impacto nos resultados das companhias.”  

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