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Reciclagem química, uma saída para o lixo plástico

O processo permite que todos os tipos de plástico alimentem um sistema de reciclagem "infinito" de reutilização

Reciclagem de garrafas de plástico

A química de polímeros consiste em transformar o plástico novamente em óleo e é alternativa à reciclagem convencional por décadas | Foto: Getty Images

As técnicas de reciclagem química estão sendo testadas em todo o mundo. A química de polímeros (área responsável pela criação dos plásticos) consiste em transformar o plástico novamente em óleo e é alternativa à reciclagem convencional por décadas, que implica em perda do material no processo.

A empresa Recycling Technologies, do Reino Unido, desenvolveu uma máquina de pirólise que transforma plásticos difíceis de reciclar, como filmes, sacolas e plásticos laminados, em Plaxx (tipo de óleo). Esse óleo pode ser usado para criar novos produtos de plástico. A informação é da BBC.

A empresa Plastic Energy possui duas usinas de pirólise em escala comercial na Espanha e planeja expandir para a França, Holanda e Reino Unido. A técnica é a mesma e transforma resíduos plásticos difíceis de reciclar, como embalagens de confeitaria, sacos de ração e de cereais matinais em uma substância que a empresa registrou como “Tacoil”.

Processo consome muita energia

As desvantagens da técnica são a grande quantidade de energia necessária para a transformação reversa. Isso, combinado ao preço volátil do petróleo bruto, às vezes torna mais barato produzir novos produtos de plástico do que reciclar o plástico existente.

Todos os anos, mais de 380 milhões de toneladas de plástico são produzidas em todo o mundo. Apenas 16% dos resíduos plásticos são reciclados para fazer novos plásticos, enquanto 40% são enviados para aterros sanitários, 25% para incineração e 19% são descartados no meio ambiente.

Grande parte do plástico que poderia ser reciclado, como o polietileno tereftalato (PET), usado em garrafas de refrigerante e outras embalagens, vai parar em aterros sanitários. Muitas vezes, isso se deve à confusão sobre o que pode ou não ser reciclado e à contaminação com alimentos ou outros tipos de resíduos.

Outros plásticos, como sacos de salada e outros recipientes de comida, vão parar no aterro porque são feitos de uma combinação de diferentes plásticos que não podem ser facilmente separados em uma usina de reciclagem. O lixo jogado na rua e os plásticos leves deixados em aterros sanitários ou despejados ilegalmente podem ser levados pelo vento ou arrastados pela chuva para os rios, acabando no oceano.

A reciclagem química é uma tentativa de reciclar o que não é reciclável.

Em vez de um sistema em que alguns plásticos são rejeitados porque são da cor errada ou feitos de compósitos, a reciclagem química permite que todos os tipos de plástico alimentem um sistema de reciclagem “infinito”. A forma como o plástico é reciclado atualmente é mais uma espiral descendente do que um loop infinito.

Como funciona a reciclagem química

O processo é bastante simples. Uma garrafa de plástico é jogada fora junto com o lixo reciclável para coleta. Ela é levada, junto com todos os outros resíduos, para uma unidade de triagem. Lá, o lixo é separado, mecanicamente ou manualmente, em diferentes tipos de materiais e diferentes tipos de plásticos.

Sua garrafa é lavada, triturada e empacotada em fardos, pronta para ser transportada até a central de reciclagem, como no processo convencional. Em seguida, vem a reciclagem química: o plástico que antes compunha sua garrafa pode ser levado para um centro de pirólise, onde é derretido. Na sequência, é colocado em um reator de pirólise, onde é aquecido a temperaturas extremas.

Este processo transforma o plástico em um gás que é então resfriado para condensar em um líquido semelhante ao óleo e, finalmente, destilado em frações que podem ser utilizadas para diferentes fins.

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