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Pedidos de recuperação judicial se estabilizam

Alta de 5,3% observada em outubro não muda perspectiva, segundo a Serasa Experian. Projeção para 2022, porém, é pessimista

Mãos de pessoas com papel e caneta e martelo do juiz, alusivo aos pedidos de recuperação judicial

De janeiro a outubro deste ano foram registrados 756 pedidos de recuperação judicial, uma baixa de 28% sobre o mesmo período do ano passado | Foto: Getty Images

Dados do Serasa Experian mostram um leve crescimento de 5,3% nos pedidos de recuperação judicial feitos por empresas em outubro, em relação ao mês anterior.

No acumulado de janeiro a outubro deste ano foram 756 pedidos, uma baixa de 28% sobre o mesmo período do ano passado (1.054).

Os números eram ainda maiores em 2019, quando foram feitos 1.154 pedidos de janeiro a outubro, conforme os dados da Serasa.

Nesse sentido, especialistas destacam que o percentual observado pode ser definido como uma estabilidade.

Adicionalmente, projetam que o ano se encerre com números de pedidos de recuperação judicial baixos. O final do ano é sazonalmente favorável à atividade econômica. Porém, a projeção para 2022 é mais pessimista.

Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, explica que os números vêm em queda desde meados do ano.

O economista afirma que o resultado reflete medidas tomadas pelo governo federal durante a pandemia, como a facilitação do acesso ao crédito, a flexibilização da jornada de trabalho e o auxílio emergencial destinado aos trabalhadores informais.

“Os pedidos de recuperação judicial só vão entrar em tendência de alta quando a inadimplência piorar, o que deve acontecer no início de 2022”, afirma Rabi, citando o encarecimento das despesas financeiras das empresas com a alta dos juros.

Recuperação judicial nos pequenos negócios

Sócios do escritório Marcello Macêdo Advogados, Guilherme Macêdo e Uri Wainberg concordam que a pandemia não provocou a dispara esperada de pedidos de recuperação judicial e também de falência no País.

Dados levantados pelo escritório mostram que 68% dos pedidos realizados de janeiro a setembro deste ano são de micro e pequenas empresas e 21% de empresas de médio porte.

Além disso, 73% dos pedidos vieram de empresas de serviços e comércio.

“Os varejistas que estavam mais avançados no processo de digitalização conseguiram, atravessar bem a pandemia”, afirma Wainberg. (AE)

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