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Cemig paga mais de R$ 2 bi em dividendos e tem novas estimativas

Banco Safra rebaixa recomendação da ação da Cemig para neutro após resultados excepcionais que levaram a ação a superar o Ibovespa e demais empresas do setor

Cemig dividendos

Safra atualizou as estimativas e introduziu novo preço alvo de 12 meses de R$ 13,20 (a partir de R$ 14,50), gerando um retorno total de 15,1% (incluindo dividendos), o que justifica a classificação neutra | Foto: Getty Images

O Banco Safra rebaixou a recomendação da ação da Cemig (CMIG4) para neutro. As ações da Cemig superaram tanto a Ibovespa quanto seus pares (aumento de 36% desde o início do ano, excluindo dividendos, vs. -5% para o IBOV e -12% para o IEEX). O desempenho reflete parcialmente melhorias operacionais e estratégicas significativas, incluindo iniciativas de redução de custos e a venda de ativos não essenciais.

Essas medidas resultaram em grandes pagamentos de dividendos (um rendimento implícito de 11% no ano de 2024, com espaço para pagamentos adicionais). Seguindo esse desempenho, o Safra atualizou as estimativas e introduziu novo preço alvo de 12 meses de R$ 13,20 (a partir de R$ 14,50), gerando um retorno total de 15,1% (incluindo dividendos), o que justifica a classificação neutra. Com os preços atuais das ações, o Safra vê a empresa operando em uma TIR real implícita de 9,0% (2 p.p. abaixo dos pares).

Saiba mais

Em 2024, a Cemig implementou diversas medidas de eficiência, como: programa de redundância anunciado em maio; gestão de passivos, que resultou na reversão de provisões que ultrapassaram R$ 600 milhões; e venda da participação na Aliança Energia (não listada).

Além disso, a empresa continuou anunciando grandes pagamentos de dividendos, que totalizaram mais de R$ 2 bilhões no ano. O Safra estima que há potencial para reduzir os custos operacionais anuais em aproximadamente R$ 100 milhões até o ano de 2025, devido ao mais recente programa de demissão.

Como resultado, apesar do impacto negativo do término de 3 contratos de concessão no segmento de geração, o Safra estima um EBITDA CAGR de Ebitda de 2,6% para 2025-2028, refletindo o controle de custos decente.

Futuro promissor da Cemig inclui as expectativas de privatização

Em 14 de novembro, o governo de Minas Gerais enviou à Assembleia Legislativa local um projeto de lei propondo a privatização das empresas de serviços públicos. Embora não seja um novo objetivo do governo (como uma proposta de emenda à constituição para permitir a privatização foi enviada pelo governo estadual em agosto de 2023), o novo anúncio permite que o governo de Minas Gerais também considere a venda de
participações na empresa ou em suas subsidiárias.

O Safra destaca que a Gasmig, um ativo não-core avaliado em R$7 bilhões, poderia ser considerado como um potencial ativo para venda.

Comparando a unidade GT da Cemig com empresas não estatais, seu PMSO/MW implica que poderíamos continuar vendo criação de valor através de medidas de eficiência se a empresa for privatizada.

Em qualquer caso, como o Safra observou no relatório sobre os planos de privatização de Minas Gerais, o processo pode ser complexo e levar tempo para ser concluído.

Alteração nas estimativas

O Safra atualizou os modelos para incluir:

  • (i) ajustes tarifários recentes e uma revisão dos resultados operacionais e da unidade de transmissão até o 3T24;
  • (ii) a curva de capex prevista para 2025-2028, refletindo parcialmente as novas orientações da empresa;
  • (iii) pressupostos macro atualizados, produzindo um aumento de volume de 2,6% em 2025;
  • (iv) uma curva de preço da energia atualizada, com base nos preços implícitos recentes nos contratos GT da Cemig e nas informações fornecidas no último Dia do Investidor;
  • (v) portfólio atualizado para refletir as vendas concluídas em 2024;
  • (vi) exclusão de dividendos já anunciados; e

(vii) um novo custo de capital próprio de 13,5%.

Os principais riscos incluem:

  • (i) operações ineficientes resultantes de mudanças inesperadas no rumo do acionista controlador para o futuro da empresa;
  • (ii) volatilidade proveniente de possíveis discussões sobre federalização;
  • (iii) distribuição de dividendos inferior ao esperado;
  • (iv) decisões de alocação de capital ruins.

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