Estatal gaúcha Corsan será privatizada
Governo do Rio Grande do Sul, anuncia que deixará o controle da empresa por meio de oferta pública inicial de ações (IPO)
19/03/2021O governo do Rio Grande do Sul anunciou na quinta-feira, 18, que o Estado vai privatizar a companhia estadual de saneamento, a Corsan.
O anúncio foi feito pelo governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite (PSDB) em transmissão ao vivo pelas redes sociais
Leite afirmou que o governo pretende fazer a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da empresa e deixará de ser o controlador da companhia.
Apesar da modelagem ainda não estar definida, o tucano disse ser possível que o Estado mantenha algo em torno de 30% das ações.
“Deixa de ser controlador e passa a ser acionista de referência da companhia”, disse Leite.
Marco Legal impulsiona privatização
O anúncio do governo do Rio Grande do Sul vem logo após uma decisão em torno do novo Marco Legal do Saneamento pelo Congresso Nacional.
Deputados e senadores mantiveram o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à possibilidade de as estatais do setor renovarem por mais 30 anos seus contratos fechados sem licitação com as prefeituras.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, acredita que ao menos dez companhias estaduais, nos atuais status financeiros, não conseguirão alcançar os índices de gestão e capacidade econômica previstos pelo novo marco legal.
Isso exigirá um esforço de adaptação das empresas. Do contrário, perderão seus contratos que estão em vigor.
Segundo Eduardo Leite, a abertura de capital da Corsan e a consequente capitalização vai possibilitar que R$ 1 bilhão seja direcionado à companhia.
Passos até a privatização da Corsan
Para que o governo estadual possa concretizar esses planos, dois passos principais precisam ser dados.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estado deve ser aprovada para que não exista mais obrigação de plebiscito para a desestatização da Corsan.
Essa PEC, segundo Leite, já tramita na Assembleia Legislativa. Depois, os parlamentares precisarão aprovar um projeto de lei que vai disciplinar a privatização.
O governador gaúcho afirmou que, entre os impactos de desestatização da empresa, estão a previsão de R$ 10 bilhões de investimentos na universalização dos serviços de água e esgoto, a geração de empregos e o destravamento do potencial construtivo de regiões com limites de expansão, como no litoral norte do Estado. (AE)