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Rumo tem potencial de valorização com crescimento do agronegócio

Maior operadora ferroviária do país, a Rumo (RAIL3) tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 32,80 por ação

Rumo logistica

Empresa de logística ferroviária trabalha para maximizar o retorno das cargas embarcadas em detrimento do market share | Foto: Getty Images

A empresa de logística ferroviária Rumo adotou a estratégia de criação de valor, em que toda a equipe trabalha em conjunto para maximizar o retorno das cargas embarcadas em detrimento do market share.

Segundo a direção da empresa, a Rumo se tornou extremamente competitiva nas regiões em que atua, o que significa que a melhoria de participação de mercado deve ser mantida pelo menos em seus principais corredores logísticos.

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A empresa trabalha para melhorar os resultados daqui para frente, diante de desafios de curto prazo como:

  • Melhoria de volumes e melhor gestão de yield;
  • Obtenção de licenças para a construção do prolongamento da malha ferroviária norte até Lucas do Rio Verde;
  • Ramp-up da Rede Central, cujos volumes para 2025 deverão superar as estimativas anteriores feitas no edital de leilão realizado em 2019;
  • Ganhos de eficiência, com aumento da produtividade por trem e
  • Pressão inflacionária nos investimentos em infraestrutura (CAPEX).

A tendência de volume para 2022 é positiva, pois a quebra de safra que ocorreu em 2021 não deve ocorrer em 2022, apesar das recentes preocupações com o impacto das condições meteorológicas durante a safra, resultando em volumes de exportação maiores do que no ano passado.

Os preços mais altos das commodities também contribuem para o aumento das exportações brasileiras, reduzindo o risco para o desempenho dos volumes da Rumo no segundo trimestre de 2022.

Em relação às tarifas, a Rumo renegociou com seus clientes em um patamar muito melhor este ano, sem a pressão da quebra de safra, o que deve contribuir para o crescimento do faturamento da Rumo e melhoria das margens operacionais com maior diluição dos custos fixos.

O aumento do preço do diesel deve manter o frete rodoviário caro, enquanto o início das cobranças de pedágio na BR-163 deve elevar o custo dos concorrentes no 4T22.

Com esse cenário, a Rumo deverá continuar aumentando seus volumes expedidos com a extensão de sua malha ferroviária Norte sem redução de tarifas.

Sobre a ampliação para Lucas do Rio Verde na Operação Norte, a empresa informou que já foi obtida a licença prévia necessária para seu investimento e agora aguarda a licença de instalação para iniciar suas obras, começando pelo trecho ferroviário entre Rondonópolis e Campo Verde.

O CEO da Rumo, José de Abreu, disse esperar essa autorização para as próximas semanas. A extensão da ferrovia norte da Rumo conectará a malha da empresa às maiores áreas produtoras do país, potencializando as margens operacionais da Rumo daqui para frente, com potencial melhoria em seu poder de precificação com a redução da distância rodoviária da carga.

Os executivos da empresa esperam que o volume de grãos transportado em 2025 chegue a 18 milhões de toneladas, bem acima da previsão da ANTT de 5 milhões de toneladas feita no edital do leilão em 2019.

A Rumo espera que seus ganhos de produtividade e eficiência venham de:

  • Redução do tempo de trânsito e do tempo de permanência com os investimentos realizados, reduzindo a necessidade de maiores compras de vagões; e
  • Redução do consumo de combustível, que deverá ser consequência do aumento de vagões por trem (de 120 em 2022 para 135 vagões/trem em 2024), da otimização da operação dos trens através da automação das viagens de trens e do aumento novas locomotivas, que tem menor consumo de diesel do que as locomotivas tradicionais.

Apesar do aumento nos custos de matéria-prima, a empresa mantém seu guidance de investimento em infraestrutura de R$ 3,7 bilhões para 2022.

Para reduzir a pressão inflacionária, a Rumo deve evitar obras complexas em suas ferrovias neste ano, além de ajustar ou adiar alguns projetos.

A empresa também está trabalhando para melhorar as negociações com os fornecedores. Mesmo com a possibilidade de adiar alguns projetos, a empresa mantém a orientação de 100 bilhões de RTKs para 2025.

O Banco Safra reforça a classificação de compra para a Rumo, considerada a principal escolha para o setor. A visão positiva do Safra para a Rumo é explicada principalmente pelo atrativo potencial de valorização das ações da empresa e sua robusta tese de investimento, baseada no crescimento do agronegócio brasileiro.

Além disso, o Safra acredita que a melhora de seus resultados para os próximos trimestres deve ser um importante gatilho para a performance das ações.

Vale a pena investir em RAIL3?

  • Pré-pagamento das outorgas relativas à renovação das concessões Malha Paulista e Malha Central;
  • Perfil monopolista, uma vez que a concorrência nas redes ferroviárias só existe a partir de caminhões;
  • Conta com barreira de entrada relevante, pois o segmento é altamente intensivo em capital e demanda muito know-how regulatório.
  • Empresa exposta ao crescimento do agronegócio no Brasil;
  • Equipe de gestão altamente capacitada e confiável.

Quais são os principais riscos de RAIL3

  • Quebra da safra agrícola no país, especialmente soja e milho no Mato Grosso.

Sobre a Rumo (RAIL3)

A Rumo é a empresa resultante da fusão entre Rumo Logística e ALL – América Latina Logística, concluída em 2016. Oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. A principal área de atuação se estende sobre os Estados de Mato Grosso, São Paulo e os Estados da região sul do Brasil, onde quatro dos portos mais ativos do país estão localizados (através dos quais a maior parte da produção de grãos do Brasil é exportada).

Possui e opera uma grande base de ativos, incluindo uma rede ferroviária que consiste em cinco concessões com aproximadamente 13.500 quilômetros de linhas, 1.200 locomotivas e 33.000 vagões, além de centros de distribuição e instalações de armazenamento. Opera 12 principais terminais de transbordo, tanto diretamente quanto em regime de parceria, com capacidade de armazenagem estática de aproximadamente 900 mil toneladas, onde pode armazenar grãos, açúcar e outras commodities, o que os permite oferecer um serviço logístico completo e eficiente aos clientes.

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