Sabesp melhora perspectiva após privatização e tem recomendação de compra
O Safra mantém a recomendação de Compra para a Sabesp, baseada principalmente em sua avaliação e suas boas perspectivas após a privatização
25/03/2025
Os resultados foram afetados por vários itens não recorrentes, sendo os mais significativos os custos relacionados ao programa de demissão, a baixa de ativos e as despesas relacionadas à privatização | Foto: Getty Images
Os resultados ajustados da Sabesp (SBSP3) ficaram em geral em linha com as estimativas do Banco Safra, ajudados por um melhor mix tarifário e bom desempenho de custos. O EBITDA reportado da Sabesp de R$ 2,284 bilhões (-25% a/a, excluindo equivalência patrimonial) foi 21% abaixo da estimativa do Banco Safra e 22% abaixo do consenso do mercado, e o lucro líquido de R$1,435 bilhão (+21% a/a) ficou 19% acima da nossa estimativa e 7% abaixo do consenso.
Os resultados foram afetados por vários itens não recorrentes, sendo os mais significativos os custos relacionados ao programa de demissão (R$630 milhões), a baixa de ativos e as despesas relacionadas à privatização.
A empresa reportou um EBITDA ajustado de R$ 2,999 bilhões (-1% a/a), que foi 3% acima da estimativa do J. Safra e 3% acima do consenso. A empresa propôs a distribuição
de R$2,549 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas, equivalente a um rendimento de 3,8% (índice de pagamento de 25%), a ser votado na assembleia de acionistas (29 de abril).
Saiba mais
- 5 ações para aproveitar o desconto de 35% no valor da Bolsa brasileira
- Safra é o melhor banco em fundos de ações, segundo a FGV
- Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora
Resultados da Sabesp no quarto trimestre de 2024
As receitas líquidas de serviços de saneamento atingiram R$ 5,755 bilhões quando ajustadas para excluir receitas de construção, ficando 6% acima a/a e 4% acima da nossa estimativa, resultando de:
- (i) um impacto positivo das tarifas (+3,6%, já descontando os impactos da FAUSP);
- (ii) um melhor mix de vendas, que resultou em tarifas médias mais altas (R$5,16/m³ vs. R$5,14/m estimado);
- (iii) um leve aumento nos volumes de vendas (+1,2% a/a), amplamente em linha com nossa estimativa.
Os custos totais reportados, excluindo despesas de construção e D&A, atingiram R$ 3,4 bilhões (+39% a/a), refletindo os itens não recorrentes mencionados acima e ficaram 28% acima da estimativa do Banco Safra.
Os custos totais ajustados (excluindo provisões não recorrentes, despesas relacionadas a perdas de ativos e despesas relacionadas à privatização) aumentaram 5,4% a/a e ficaram 3% abaixo da nossa estimativa, refletindo o bom desempenho das despesas ajustadas de PMS (queda de 9,3% a/a e 14% abaixo da nossa estimativa), atribuível a uma redução nos custos de pessoal.
As provisões para inadimplência atingiram 2,5% das receitas, ligeiramente acima da estimativa do Safra de 2,3%. A superação no lucro líquido é explicada por melhores resultados financeiros ajustados do que o esperado, impulsionados principalmente por ganhos relacionados ao ajuste monetário e reversões fiscais (parcialmente como resultado da contabilização de juros sobre capital próprio).
O capex total atingiu R$ 2,8 bilhões no trimestre, totalizando R$ 6,9 bilhões no ano (vs. a meta de R$ 8 bilhões para o ano), aumentando 17% no trimestre. A relação dívida líquida/EBITDA atingiu 1,9x vs. 1,8x do último trimestre.
Avaliação do Banco Safra
Os resultados ajustados da Sabesp no quarto trimestre de 2024 ficaram em linha com a estimativa do Banco Safra, embora os resultados reportados tenham sido afetados por itens não recorrentes.
O Safra destaca que a empresa reconheceu os custos de seu novo programa de demissão no quarto trimestre de 2024, o que deve implicar maior eficiência de custos em 2025.
Além disso, o capex acelerou para níveis que atenderiam aos requisitos de privatização (R$ 2,8 bilhões por trimestre, totalizando R$11,2 bilhões).
O Safra mantém a recomendação de Compra para a Sabesp, baseada principalmente em sua avaliação e suas boas perspectivas após a privatização. O banco vê a empresa atualmente negociando a um EV/RAB implícito de 2025 de 0,99x e uma TIR real de 11,1%.

