Safra lança carteira mensal de ações com critérios ESG
Nova carteira mensal do Safra reúne ações com potencial de valorização e que seguem fundamentos ambientais, sociais e de governança
06/04/2021O Banco Safra lança neste mês de abril sua carteira de ações segundo os critérios ESG, ou seja, baseadas em critérios de ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês).
Os princípios ESG já se consolidaram como os norteadores dos investimentos para as próximas décadas, segundo especialistas.
A carteira ESG do Safra soma-se a outros portfólios que já são publicados regularmente, entre eles o de ações, dividendos, BDRs e fundos imobiliários.
A nova carteira de ações ESG, segundo o Safra, busca compor o seu portfólio com empresas nacionais com potencial de crescimento e que se destaquem tanto pela sua transparência na gestão quanto pelo seu comprometimento com práticas sustentáveis de investimento.
Meta de rentabilidade
O objetivo de retorno da carteira ESG é superar o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, conhecido como ISE B3, informa o Safra.
Quem pode fazer parte da carteira ESG
Podem fazer parte da carteira ESG ações de empresas que fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), do Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3) e do Índice S&P/B3 Brasil ESG.
Como referência, confira abaixo um comparativo de performance do Índice de Sustentabilidade Empresarial com o Ibovespa de 2005 até o momento.
O Safra estreia a carteira ESG de abril de 2021 com a seguinte composição setorial:
25% em utilidades básicas;
25% em serviços financeiros;
12,5% em varejo;
12,5% em locação de veículos;
12,5% em saúde
12,5% em petróleo e gás.
Confira a carteira Safra de ações com critérios ESG:
Magazine Luiza (MGLU3)
Vindo exclusivamente do modelo B&M (varejo físico), a Magalu tem mostrado uma visão diferenciada, assumindo a posição de liderança na transformação digital do varejo brasileiro, em um papel semelhante ao que a Amazon teve nos Estados Unidos. Como tal, as ações MGLU3 são negociadas com um valuation premium. De acordo com as estimativas do Safra, ela é negociada a 2,6x o GMV (Gross Merchandise Value, conhecido também como volume bruto de mercadoria) projetado para 2021 , um prêmio de 170% para o player de comércio eletrônico puro B2W (BTOW3) e 254% para o rival da Via Varejo (VVAR3). No entanto, o banco tem uma visão construtiva sobre a MGLU, pois acreditamos que ela está posicionada para manter seu rápido ritmo de expansão do GMV, ao mesmo tempo que adicionará novas fontes de receita de outros serviços, incluindo fintechs e soluções digitais para vendedores online e offline.
Itaú Unibanco (ITUB4)
Após a distribuição de ações detidas na XP, o banco negociará a múltiplos bastante atrativos (9,6x vs. os atuais 11,4x), mais próximos aos seus pares. Além disso, entendemos que o banco se beneficiará da recente alta de juros em sua margem financeira com o mercado e, em 2021, o banco deve apresentar boa recuperação de resultados, com retorno sobre o patrimônio próximo a 18%.
BTG Pactual (BPAC11)
O Safra elevou recentemente a recomendação de BTG Pactual para compra após incorporar os fortes resultados do quarto trimestre de 2020 e os recursos captados no follow-on. O BTG possui um case de investimentos muito atrativo, baseado no crescimento do mercado de capitais brasileiro, mas também na boa execução em empréstimos corporativos e na plataforma de investimentos.
Intermédica (GNDI3)
O Safra vê boa oportunidade de posicionamento em Intermédica após a recente desvalorização das ações GNDI3. O otimismo está baseado nos seguintes fatores:
Baixo risco para a concretização da fusão anunciada com Hapvida (HAPV3), visto que agora há um acordo entre os Conselhos de Administração;
Uma valorização potencial mais alta após a recente queda das ações;
Baixo risco de uma dificuldade de aprovação no Cade, visto que as companhias possuem exposições geográficas complementares.
Adicionalmente, além da potencial sinergia que a operação com Hapvida poderia gerar, no curto prazo a Intermédica deve manter um bom nível de resultados.
PetroRio (PRIO3)
A PetroRio é uma empresa de petróleo independente, focada na operação de campos e na maximização de esforços para prolongar a vida útil dos blocos. A principal oportunidade para a empresa é continuar adquirindo novas áreas de exploração e melhorando a taxa de produção. Com isso, o Safra vê muitas oportunidades no Brasil decorrentes do plano de desinvestimento da Petrobras e de outros players. A PetroRio deve apresentar um forte crescimento do EBITDA de 85% de 2020 a 2022, impulsionado pelo aumento da capacidade de produção:
Na campanha de exploração em Polvo;
Na aquisição de participação adicional na Frade;
Na integração de Tubarão Martelo (TBMT).
A empresa coletará os benefícios dos investimentos realizados nos próximos anos, o que refletirá positivamente em seus resultados.
Movida (MOVI3)
A Movida se destaca como uma das maiores companhias de locação de veículos do Brasil (em tamanho de frota e receita) dentre as companhias abertas do setor, de acordo com informações públicas de mercado fornecidas pela ABLA e por companhias do setor. O resultado reportado do quarto trimestre de 2020 mostrou que os impactos da pandemia da covid-19 ficaram para trás. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 138 milhões, um aumento de 65% a/a, e um forte crescimento trimestral, de 272%. Além de resultados já recuperando o patamar pré-pandemia, o Safra vê a MOVI3 negociando com um bom desconto de valuation versus suas principais concorrentes Localiza (RENT3) e Locamerica (LCAM3).
Neoenergia (NEOE3)
A Neoenergia é uma holding controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, que atua nos três segmentos de energia: distribuição, transmissão e geração. A empresa oferece uma TIR real atrativa de 9,6% e sólido crescimento do EBITDA para os próximos anos, impulsionado pelo início de projetos de transmissão e geração. Sua atuação é sólida e seu acionista possui grande expertise no setor. A estratégia de expandir as usinas eólicas no mercado livre deve gerar retornos sólidos.
Cemig (CMIG4)
A Cemig atua nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, e ainda na distribuição de gás natural, por meio da Gasmig, e no uso eficiente de energia, por meio da Efficientia. O Safra vê as iniciativas de redução de custos e desinvestimento de ativos não essenciais como uma agenda positiva. Além disso, a nova gestão parece estar no caminho certo e o Safra destaca o processo de desalavancagem em curso como positivo, podendo gerar resultados a médio prazo.