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Safra revisa projeção da inflação de 2021 para 8,3%

Nova previsão vem após avanço de 1,14% da prévia da inflação em setembro. Para 2022, banco prevê o IPCA a 3,8%

Entrada do Banco Safra, que reviu a previsão da inflação para 2021, na Avenida Paulista, em São Paulo

Sobre a taxa básica de juros, a Selic, o Safra projeta o fechamento do ciclo de alta em 8%, em dezembro deste ano | Foto: Divulgação

Após o IPCA-15, considerado a prévia da inflação, registrar forte avanço em setembro, o Banco Safra elevou a estimativa para a inflação oficial do País em 2021.

A instituição projeta agora que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine com acúmulo de 8,3%. Antes, era previsto o percentual de 8%.

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A inflação medida pelo IPCA-15, prévia oficial da inflação, acelerou 1,14% em setembro na comparação mensal e atingiu dois dígitos no acumulado dos 12 meses alcançando 10,05%.

Esse resultado foi o maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.

Os resultados ilustram um processo inflacionário desfavorável para a economia, com valores acima então expectativa do Safra, que era de 1,09% (prévia de setembro) e 10% (12 meses).

Alta de preços se espalhou pela economia

Em relatório, o Safra destaca que a alta de preços que até então se limitava para alguns itens, em setembro espalhou pela economia.

As surpresas altistas vão de produtos de higiene pessoal a pacote turístico, passando por gás de botijão, aparelhos eletrônicos e carnes.

Esse avanço de preços se reflete nos chamados núcleos de inflação, que são medidas que suavizam ou excluem itens com variação de preço muito volátil.

A média de variação anual dos 5 principais núcleos subiu de 8% para 8,7% na média móvel de três meses anualizada da série com ajuste sazonal.

Além disso, o índice de difusão, que mede a porcentagem de itens com inflação positiva no mês, alcançou 70,9% nessa divulgação.

Projeção do Safra para inflação em 2022

Para 2022, a desinflação prevista irá depender dos preços dos bens industriais e alimentícios e, provavelmente, da energia elétrica e combustíveis.

No lado da inflação de alimentos, o Safra espera uma melhora nas condições climáticas no último quadrimestre do ano, permitindo um início de safra de grãos mais favorável do que ano passado.

Isso significa que um melhor desempenho nos grãos ajuda a reduzir a pressão no preço de carne.

Segundo o Safra, em relação aos produtos industriais, há três fatores que devem possibilitar uma desaceleração dos preços. São eles:

  1. Normalização nas cadeias industriais, com eliminação de gargalos de produção;

  2. Demanda por bens duráveis deve cair, com o encarecimento do crédito;

  3. Desaceleração da economia chinesa no quarto trimestre de 2021, com impacto direto na construção civil e que deve reduzir a demanda por commodities metálicas.

Neste cenário, a atenuação da dinâmica inflacionária pode permitir uma dosagem limitada do aumento de juros pelo Banco Central.

Por isso, prevemos uma inflação de 3,8% em 2022, com uma Selic fechando o ciclo de alta em 8% em dezembro de 2021.

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