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Desinflação global ajuda a reduzir os juros no Brasil e garante PIB de 2,5% em 2024

Relatório de investimentos do Banco Safra para setembro prevê superávit recorde de US$ 80 bilhões em 2023 e taxa Selic de 8,75% no fim de 2024

O Safra estima um superávit comercial recorde de US$ 80 bilhões em 2023, e de US$ 65 bilhões no próximo ano | Foto: Getty Images

A atividade mundial deverá arrefecer no próximo ano com os efeitos do ciclo de aumento da taxa de juros nos países desenvolvidos e os ajustes no mercado imobiliário chinês, segundo Safra Report, o relatório de investimentos do Banco Safra para o mês de setembro. Segundo o Safra, a economia mundial continuará seu processo de desinflação em 2024, o que vai ajudar a levar a inflação no Brasil para o centro da meta. Com isso, os juros poderão cair e a taxa Selic deve cair para 8,75% ao ano até o fim do ano que vem. A redução da inflação e do custo de oportunidade devem impulsionar a demanda doméstica em 2024, diz o relatório.

Nos EUA, o consumo das famílias do primeiro semestre foi suportado pela redução de impostos e utilização da poupança acumulada no auge da pandemia, além da resiliência do mercado de trabalho. A dissipação gradual dos estímulos fiscais e o impacto defasado do aperto monetário deverão desacelerar o ritmo da expansão da economia americana nos próximos trimestres. Assim, o desaquecimento da demanda doméstica e a recuperação da produtividade do trabalho contribuirão para o processo desinflacionário em curso.

Na Alemanha, a estagnação das encomendas industriais tem prejudicado o desempenho da produção manufatureira e deteriorado a confiança dos empresários, que atingiu patamar compatível com retração da atividade. A economia chinesa continuará desacelerando no próximo ano, especialmente o setor imobiliário. A queda das vendas de imóveis tem reduzido gradualmente o preço das novas residências e, consequentemente, o início de novas construções diminuiu em torno de 20% desde 2021. Dessa forma, as construções em andamento deverão ceder nos próximos trimestres e pesar sobre o setor de construção civil.

Além disso, a estabilização do consumo de bens manufaturados ao redor do mundo prejudicará o setor exportador do país. Diante da perspectiva de menor crescimento mundial à frente, uma esperada redução do preço das commodities ajudará a reduzir a inflação global no próximo ano.

No Brasil, a consolidação do processo de desinflação permitiu o início do ciclo de redução da taxa de juros, conforme esperado pelo Banco Safra. A redução do preço das commodities em moeda local e o arrefecimento dos salários permitiram a contenção dos custos de produção das empresas, que, somada ao desempenho modesto da demanda doméstica, têm beneficiado os preços ao consumidor. O IPCA acumulado em 12 meses
ficou em 4,0% em julho, substancialmente abaixo do patamar do mesmo mês do ano passado, em 10,1%. A média dos núcleos diminuiu de 10,4% para 5,6% e o índice de difusão passou de 67,7% para 50,9% no mesmo período, patamar semelhante ao anterior à pandemia, na esteira da dissipação das pressões inflacionárias.

Safra Report: inflação deve cair a 3,3% no fim de 2024

O Safra estima que o IPCA caminhará para 3,3% até o final de 2024, em torno do centro da meta. A expectativa do banco de redução da taxa básica de juros para 8,75% ao ano até o final do próximo ano e a queda da inflação beneficiarão o orçamento familiar, o que sustenta nossa estimativa de melhora da demanda doméstica nos próximos trimestres. No passado, todos os ciclos de redução da taxa Selic foram seguidos por recuperação das vendas no varejo, o que acreditamos que acontecerá com maior veemência no próximo ano.

Assim, o Banco Safra reitera a projeção de crescimento do PIB real de 2,5% em 2024. A balança comercial segue exuberante, com aumento de 9% do volume exportado e redução de 2% do importado nesse ano. Os destaques positivos das exportações são petróleo e grãos (soja e milho), enquanto o desempenho modesto da demanda doméstica tem contido as importações.

O Safra também estima um superávit comercial de US$ 80 bilhões neste ano, o maior da série histórica, e US$ 65 bilhões no próximo ano, o terceiro maior da série. O governo enviará o Projeto de Lei Orçamentária ao Congresso com medidas arrecadatórias. A projeção do Safra de déficit primário de 0,5% do PIB em 2024 inclui a perspectiva de arrecadação líquida adicional de R$ 60 bilhões.

Portanto, segundo o relatório de investimentos do Safra para setembro, a economia mundial continuará seu processo de desinflação no próximo ano, o que ajuda a levar a inflação no Brasil para o centro da meta e suporta a expectativa do banco de corte da taxa Selic para 8,75% ao ano. A redução da inflação e do custo de oportunidade impulsionarão a demanda doméstica em 2024, prevê o Safra.

Confira a íntegra do Safra Report com recomendações de investimentos para setembro.

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