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Índice SafraPay mostra recuperação da economia do Rio Grande do Sul

Dados do sistema SafraPay indicam que contração de perto de 15% da economia gaúcha já está em parte revertida com recuperação significativa

Rio Grande do Sul Safrapay

Avião da FAB descarrega ajuda às vítimas das chuvas: recuperação da atividade deve ser rápida, especialmente no setor industrial, segundo o Banco Safra | Foto: Agência Brasil

A subida do nível das águas na esteira de chuvas muito fortes em maio afetou não só Porto Alegre, mas muitos municípios do estado do Rio Grande do Sul (RS). Segundo o IPH/UFRGS, perto de 140 cidades foram severamente afetadas pelas enchentes. Esses municípios representam 54% da população e 55% do PIB do estado. Eventuais consequências das enchentes para a economia do estado podem ter repercussão em escala nacional, dado que o RS representa 6,5% do PIB brasileiro.

Apesar da diminuição das chuvas, o nível das águas ainda está bem mais alto do que o normal, e deve cair gradualmente, já liberando, apesar disso, grandes áreas para que as pessoas voltem às suas casas e as empresas comecem a se recuperar. A produção agrícola rio grandense representa 13,8% do PIB brasileiro do setor, sendo que as culturas agrícolas mais relevantes em termos valor produzido do estado são o arroz, soja e trigo.

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O estado é relevante na produção pecuária, respondendo por 10,6% da produção nacional. Apesar da possibilidade de as chuvas atrasarem a produção, as perdas até o momento, ao que tudo indica, são limitadas. Segundo o Metsul, o maior número de animais mortos foi de aves (e.g., frangos em cativeiro), totalizando 1,2 milhão de animais perdidos na catástrofe climática, menos de 1% da produção do Estado.

Ainda é cedo para saber o estrago na capacidade instalada do setor industrial, ainda que haja sinais encorajadores de pouca perda. Por outro lado, a atividade industrial foi bastante restringida em maio, até pela dificuldade de transporte e, no caso da capital, por exemplo, pela falta de energia.

O estado responde por 8,4% da produção da indústria de transformação nacional, com destaque para os segmentos de fumo, calçados, móveis, máquinas e equipamentos e produtos metálicos. Como o noticiário até agora indica que a destruição de maquinário e os danos a estruturas e a subsequente queda da capacidade de produção foram limitadas, a atividade do setor deve se recuperar com a descida dos níveis da água, permitindo compensar em grande parte a diminuição da produção verificada em maio.

O impacto no setor de serviços é ainda mais incerto que nos demais setores. Evidentemente a demanda deve ser afetada pela queda de renda da população, especialmente se houver demora até a volta ao trabalho e parte importante dos estoques das empresas pode ter se perdido com a subida das águas em muitas cidades.

Enquanto as pesquisas de atividade do IBGE não estão disponíveis, vários desses impactos podem ser preliminarmente estimados a partir das informações trazidas pelo SafraPay — a “maquinha de cartão” disponível em muitos estabelecimentos na região.

Dados do SafraPay mostram recuperação significativa

Os dados do SafraPay indicam que um grande número de estabelecimentos fechou no começo das chuvas (a linha tracejada marcando esse momento), mas a contração de perto de 15% já está em parte revertida algumas semanas depois, ainda que não alcançando o nível pré-calamidade. O volume das transações efetuadas através do sistema SafraPay também mostrou recuperação significativa nas semanas mais recentes, temporariamente ultrapassando os níveis de abril.

Além disso é possível observar nos dados que a recuperação intrasetorial será assimétrica, com os segmentos ligados a reconstrução das moradias e infraestruturas liderando a retomada da atividade. Os dados do SafraPay indicam que o valor operado em lojas de material de construção superando significativamente os níveis de abril, enquanto os de artigos farmacêuticos e médicos, continuam um pouco abaixo do nível pré-calamidade.

Com base nesta leitura preliminar dos dados, o Banco Safra acredita que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto significativo nos dados de maio, afetando negativamente o PIB brasileiro do segundo trimestre.

Porém, há indícios de que a recuperação da atividade econômica se dê relativamente rápida, especialmente no setor industrial, se as vias de comunicação forem consertadas rapidamente. O ajuste no consumo das famílias deve ser mais demorado, mesmo com a transferência de renda para aquelas mais vulneráveis. O investimento na construção civil deve ser significativo nos próximos meses, inclusive no que tange às moradias, aí incluídas as populares que sejam objeto de programa específico de apoio governamental.

O Banco Safra continua monitorando a situação. Os dados das pesquisas mensais de atividade do IBGE relativas ao segundo semestre serão fundamentais para dar uma estimativa mais precisa do impacto na atividade no estado e no PIB brasileiro. No balanço, o Banco Safra mantém a projeção de crescimento real do PIB de 2024 em 2,5%, com as enchentes no Rio Grande do Sul trazendo um ligeiro viés de baixa.

Entenda o Índice SafraPay

O Índice SafraPay é um indicador econômico antecedente que acompanha as tendências registradas pelo conjunto das operações diárias de mais de um milhão de maquininhas de pagamento com cartão da SafraPay. O índice ajuda a medir o pulso da economia brasileira, com base nesses equipamentos que ajudam milhares de empresários a monitorar vendas em tempo real e a controlar estoques e fluxo de caixa.

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