São Paulo deve afrouxar regras de isolamento
Pressionado por setores empresariais, especialmente bares e restaurantes, governador João Doria deve retroceder nas restrições
02/02/2021O governo do Estado de São Paulo deve anunciar amanhã a suspensão da fase vermelha do plano de combate à covid-19 durante a noite e nos fins de semana.
Pressionado por diversos setores, especialmente o de bares e restantantes, o governador João Doria (PSDB) disse que a decisão será oficializada se os índices de internação e mortes por covid-19 permanecerem estabilizados no Estado.
“Com duas semanas consecutivas de retração no número de internações e, caso esse cenário se mantenha em queda, na próxima quarta-feira, vamos anunciar medidas de suspensão das medidas impostas pelo Plano São Paulo relativas aos horários de funcionamento do comércio, dos shoppings, bares e restaurantes, inclusive aos fins de semana”, disse o governador.
As “medidas complementares” do plano de flexibilização da quarentena estão em vigor desde o dia 25 de janeiro e deveria durar até 8 de fevereiro.
Estavam proibidas atividades consideradas não essenciais após as 20 horas nos dias úteis e em todos os horários nos sábados e domingos. A restrição, ainda em vigor, inclui lojas, parques, espaços culturais e restaurantes, dentre outros. Entre os serviços essenciais, estão supermercados e farmácias.
Média de 1.545 internações por dia
No fim de semana, a imprensa registrou muitos casos de desrespeito por parte de comerciantes em todo o Estado. Representantes do comércio criticam as restrições e tentaram derrubar as regras na Justiça.
As internações por covid-19 no Estado tiveram média de 1.545 por dia na última semana, ante 1.685 na semana anterior, 1.747 na segunda semana de janeiro e 1.565 na primeira semana epidemiológica do mês. Esse índice é semelhante aos registros de agosto.
“Conseguimos regredir – pela segunda semana consecutiva – as taxas de ocupação, inicialmente em 4%, na terceira semana, e em 8%, na quarta semana”, destacou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. Sem as restrições, segundo ele, o sistema de atendimento teria ido a colapso.
Média de 219 mortes por dia
No caso dos óbitos, a média diária foi de 219 novos registros diários, semelhante à da semana anterior, que foi de 220. Na primeira e na segunda semana de janeiro, essa média foi de 227 e 220 mortes, respectivamente. Assim como nas internações, esses registros são superiores aos dos últimos quatro meses de 2020, assemelhando-se à média de agosto.
Diferentemente dos índices de internações e óbitos, houve aumento no registro de novos casos na última semana, com uma média diária de 11.238, a segunda maior já registrada em toda a pandemia e 5% superior à da semana anterior, com média de 10.677. A taxa de ocupação de UTI é de 68,5%. Há um total de 5.872 internados na UTI e 6.884 em leitos de enfermaria com suspeita ou confirmação da doença.