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Saúde complementar ganha impulso na pandemia

Com aumento da procura provocada pelo medo da covid-19, setor chegou a dezembro com 47,6 milhões de beneficiários

Atendimento médico

De março a dezembro de 2020, procura cresceu em todas as modalidades de contratação de planos / Foto: Getty Images

O setor de saúde suplementar encerrou o mês de dezembro de 2020 com 47,6 milhões de beneficiários de planos de assistência médica atendidos durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Nesse mês, havia 707 operadoras de assistência médico hospitalar ativas e com beneficiários no país.

De acordo com o Boletim Covid-19, divulgado nesta terça-feira, 19 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi registrado aumento de mais de 560 mil usuários em dezembro, em relação a igual mês de 2019 (1,18%), e de 178,9 mil (0,4%) em relação a novembro de 2020.

O boletim revela que de março a dezembro do ano passado esse aumento ocorreu em todas as modalidades de contratação de plano.

O maior percentual foi nos planos coletivos por adesão (2% a mais em relação a março). A taxa de crescimento do número de beneficiários idosos (acima de 59 anos) se manteve positiva entre os planos coletivos, com destaque para planos coletivos empresariais, em que o aumento atingiu 2,82%.

Já no caso dos beneficiários da faixa etária até 59 anos, foi observada a primeira variação positiva (0,14%) nos planos individuais desde julho, sinaliza o documento.

Em dezembro, a taxa de ocupação geral de leitos (com e sem UTI) nos hospitais da amostra, destinados para o atendimento à covid-19 e para demais procedimentos não relacionados à doença, ficou em 68%, mantendo-se praticamente a mesma observada no mês anterior e, pela primeira vez em 2020, mostrou-se acima do observado para o mesmo mês em 2019 (67%).

Já a taxa mensal de ocupação dos leitos (comum e UTI) para covid-19 aumentou de 63%, em novembro, para 67% em dezembro, enquanto a taxa de ocupação de leitos para os demais procedimentos, que foi de 71% em novembro, caiu para 68% em dezembro.

Atendimentos e internações

A quantidade de consultas em pronto-socorro que não geraram internações continua apresentando retomada gradual. Em dezembro, houve um crescimento de 4,9% em relação ao mês anterior, mesmo assim, ainda abaixo do observado antes do início da pandemia. De abril para maio de 2020, a taxa de consultas em pronto-socorro, sem internações, aumentou 5,7%.

A busca por atendimentos de Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT) teve redução de 15% em dezembro, em comparação ao mês anterior, explicada pela baixa sazonalidade histórica no período. A procura pelos SADT permite avaliar a tendência quanto à utilização de procedimentos eletivos fora do ambiente hospitalar, esclareceu a ANS. Entretanto, na comparação com o mesmo período de 2019, as autorizações para SADT apresentaram aumento de 9,2%.

O boletim da ANS contém informações sobre a realização de exames coletados até outubro e tem como fonte os dados do Padrão TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar).

Nesse mês, foram contabilizados 161.811 exames para detecção da covid-19 do tipo Pesquisa de RT-PCR e 41.337 testes do tipo sorológico. Desde o início da pandemia, foram realizados 1.756.430 exames do tipo RT-PCR e 235.216 sorológicos na saúde suplementar.

A ANS advertiu que os números de outubro ainda sofrerão alteração à medida que as cobranças forem encaminhadas dos prestadores de serviços às operadoras e, posteriormente, para a agência.

Despesas assistenciais

Em dezembro, houve aumento das despesas assistenciais superior ao aumento dos valores pagos pelos beneficiários relativos às contraprestações, ou mensalidades, em relação com novembro.

A consequência foi o aumento do índice de sinistralidade nesse mês (80%), compatível, embora ligeiramente superior, ao nível histórico para o 4º trimestre, ao se comparar com os indicadores trimestrais dos últimos anos.

Os percentuais de inadimplência tanto para planos individuais/familiares quanto para coletivos também se mantêm próximos do nível histórico, porém ainda um pouco abaixo da média.

O percentual geral ficou em 6%, mesmo patamar registrado em novembro, o menor valor da série observada. Quando analisado por tipo de contratação do plano, o indicador teve aumento de um ponto percentual em ambas as modalidades, passando de 9% em novembro para 10% em dezembro nos individuais ou familiares e de 4% para 5% nos planos coletivos. (Agência Brasil)

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